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SAIBA MAIS
Com carro menor, fábrica brasileira tem expansão
CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES
Em 1994, quando o acordo
automotivo começou a ser negociado, a Argentina optou por
especializar-se na produção de
carros médios e picapes. O Brasil concentrou a produção em
modelos pequenos.
Com a crise econômica no
parceiro comercial, a renda do
argentino despencou e a demanda por carros médios foi
substituída por modelos populares. Essa mudança de perfil
no consumo afetou o comércio
com o Brasil, o principal parceiro comercial da Argentina.
Neste ano, 65% dos carros
que foram registrados na Argentina são importados. Desses automóveis, 90% vieram do
Brasil. No ano passado, 45%
dos carros vendidos na Argentina eram brasileiros. De janeiro a maio deste ano, essa porcentagem já tinha saltado para
59%, segundo o CEB (Centro
de Estudos Bonarense).
Por outro lado, os carros argentinos vendidos no Brasil
caíram de 60,9 mil unidades
em 2002, para 39,6 mil no ano
passado, ou 4,1% do mercado
brasileiro. Neste ano, a fatia dos
carros argentinos no mercado
brasileiro caiu para 2,9%.
De acordo com o CEB, além
da queda da demanda na Argentina, há um problema estrutural causado pela diferença
no volume de investimentos
feitos pelas montadoras nos
dois países, que explica o desequilíbrio entre os dois setores.
Desde 1998, dez linhas de produção foram instaladas no Brasil e nenhuma na Argentina.
Nesse período, a quantidade
de modelos argentinos ativos
no mercado brasileiro caiu de
25 para 11, e o total de modelos
brasileiros vendidos na Argentina subiu de 22 para 44.
Na opinião do diretor do CEB
Dante Sicca, ex-secretário de
Indústria da Argentina, o país
terá que criar uma política industrial, a exemplo do que fez o
Brasil, que tem programas de
financiamento de exportação.
"O problema é a falta de competitividade da indústria argentina. Os incentivos são poucos. A Argentina terá que investir em programas de incentivo, fortalecer o sistema bancário e sair da moratória."
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