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FINANCIAMENTOS
Em oito meses, foram R$ 22,4 bi, ou 47,35% do total de 2004
BNDES libera mais 45% em recursos
DA SUCURSAL DO RIO
Os recursos liberados pelo
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tiveram aumento de 45% nos
oito primeiros meses deste ano
em relação ao mesmo período do
ano passado, somando R$ 22,4 bilhões. Como o orçamento para o
ano é de R$ 47,3 bilhões, os desembolsos representam 47,35%
do total previsto para 2004.
"Esses dados mostram a eficiência do banco, mostram que estamos a todo o vapor", afirmou o
superintendente da Área de Planejamento do BNDES, Maurício
Piccinini.
Questionado se ele estava dando uma resposta ao ministro do
Desenvolvimento, Luiz Fernando
Furlan, que criticou a lentidão do
banco para aprovar projetos, ele
respondeu: "Parece que é uma
resposta, mas tenho sempre dito
isso. Sei que parece suspeito falar
isso agora, mas os números confirmam a agilidade do banco."
Em agosto, o BNDES liberou R$
3,3 bilhões para empresas, contra
R$ 1,6 bilhão no mesmo mês de
2003 -aumento de 106%. Segundo o banco, os desembolsos nos
oito meses deste ano são 25%
maiores em relação a igual período de 2002, último ano do governo Fernando Henrique, quando
foram liberados R$ 17,9 bilhões.
Os desembolsos para as micro,
pequenas e médias empresas somaram R$ 7,7 bilhões nos oito
meses, representando 35% do total. As grandes indústrias, cujos financiamentos são maiores, ficaram com R$ 14,58 bilhões.
Apesar de o valor ser 52% maior
que o liberado de janeiro a agosto
de 2003, Piccinini disse que o banco ainda sente falta de grandes
projetos de setores de bens de
consumo de massa, como confecções, alimentos e bebidas, couro e
calçados e madeira e móveis.
Papel e celulose obteve a liberação de R$ 606 milhões entre janeiro e agosto, representando crescimento de 203% em relação ao
mesmo período de 2003. Só ficou
atrás, percentualmente, do setor
de telecomunicações, com
2.047% de incremento (desembolso de R$ 700 milhões).
A indústria ficou com R$ 9,1 bilhões, representando 41% dos recursos. Em segundo lugar ficou o
setor de infra-estrutura, com R$
7,51 bilhões (34% do total), seguido da agropecuária, com R$ 4,33
bilhões (19% do total).
No setor industrial, as maiores
liberações foram para material de
transporte, que inclui fabricação e
montagem de veículos automotores, embarcações, equipamentos
ferroviários e aeronaves.
Banco Mundial
O economista-chefe do Banco
Mundial para o Brasil, Mark Thomas, afirmou ontem no Rio que
"uma estratégia de crescimento
moderna" para o país terá de "reconsiderar a vocação" das grandes instituições financeiras do setor público, especialmente do
BNDES.
Em palestra no Minifórum Nacional, ele defendeu ainda o uso
sustentável da Amazônica, em
parceria com instituições internacionais, como forma de promover
o crescimento econômico.
Sobre a atuação dos bancos públicos, ele disse que o Brasil deveria aproveitar melhor o capital
humano dessas instituições para
planejar o desenvolvimento do
país. Thomas disse que o "sistema
público é um conjunto complicado de taxas especiais, algumas das
quais ineficientes, dotações orçamentárias e crédito direcionado
-como moradia e agricultura".
Mais tarde, em entrevista, disse
que falou de modo genérico e que
não criticou o uso de juros direcionados -taxas que não acompanham as de mercado, como as
do BNDES, da CEF para financiamento habitacional ou do Banco
do Brasil no caso da agricultura.
"Do ponto de vista de uma estratégia de crescimento de longo
prazo, não é necessariamente lógico. Não é ótimo no sentido de
crescimento de longo prazo", disse, acrescentando que falava "da
arquitetura [das instituições]
mais amplamente".
Colaborou a Sucursal do Rio
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