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NOVA ECONOMIA
SP e PR têm 2/3 das empresas; brasileiros preparam jogos para consoles líderes de mercado, como Nintendo e Playstation
País já tem 60 desenvolvedoras de games
PAULA LEITE
DA REDAÇÃO
O primeiro balanço do setor de
games no Brasil, feito pela Abragames (Associação Brasileira de
Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos), obtido pela Folha, mostra
que o país tem 60 empresas desenvolvedoras espalhadas pelo
país, com faturamento total de R$
18 milhões ao ano. Se forem incluídas as outras etapas, como publicação, distribuição, embalagem e marketing dos jogos, o
mercado pode chegar a R$ 100
milhões, estima a Abragames.
O número ainda é pequeno, se
comparado ao mercado de games
dos Estados Unidos, por exemplo, que movimenta US$ 7,3 bilhões (cerca de R$ 19 bilhões), segundo a Entertainment Software
Association. No Reino Unido, o
setor tem faturamento total de 1,3
bilhão de libras (R$ 6,4 bilhões),
de acordo com dados da Entertainment and Leisure Software
Publishers Association.
As empresas brasileiras fazem
um pouco de tudo: jogos para celular, palmtop, computador (tanto na internet como em CD-ROM), jogos para treinamento
em empresas e para publicidade.
Agora, há até empresas trabalhando para fazer jogos para consoles, como XBox, Nintendo DS,
Game Cube e Playstation 2, mas
ainda não há jogos lançados, segundo Scylla Costa, vice-presidente da Abragames.
Há jogos para Nintendo DS e
XBox com lançamento previsto
para este ano. A empresa MadGam, do Rio de Janeiro, prepara
um game para Nintendo DS "estrelando" jogadores de futebol
brasileiros conhecidos internacionalmente, segundo Guilherme
Rafare, presidente da empresa.
"Foi uma surpresa vermos que
existem várias empresas trabalhando com console aqui no Brasil, já que nenhum deles é lançado
aqui oficialmente", diz Costa. Por
isso, o país também não é considerado um mercado desenvolvedor pelas fabricantes de console.
As empresas não lançam os
consoles aqui por causa da pirataria dos jogos. As fabricantes dos
aparelhos geralmente não lucram
com a venda deles, e sim com a
venda do software.
Além disso, diz Costa, os jogos
para console são mais complexos
e demandam mais investimento e
tempo, o que mostra que as empresas que estão trabalhando neles estão maduras e têm faturamento bom.
A pesquisa da Abragames foi
feita entre fevereiro e março deste
ano e foi a primeira a mapear o
mercado brasileiro de desenvolvedoras. Ela mostra que está aumentando o número de empresas
com faturamento maior (entre R$
480 mil e R$ 1,9 milhão por ano),
enquanto o número de empresas
com faturamento pequeno (até
R$ 240 mil) fica estável, mostrando que novas empresas continuam surgindo e ocupando o espaço deixado pelas que crescem.
A maioria das empresas fica no
Paraná e em São Paulo, Estados
que concentram quase dois terços
das empresas. Pernambuco, Rio
de Janeiro, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul, Paraíba e Sergipe
também têm desenvolvedoras.
Está crescendo também o mercado de advergames (jogos para
publicidade, que você joga no site
da empresa, por exemplo) e business games (para treinamentos).
Os advergames são usados pelas
agências de publicidade para,
além de promover o produto, fidelizar o cliente e até mesmo pesquisar seus gostos.
"Há muitas empresas trabalhando com esse tipo de jogo porque ele geralmente é em Flash
[mais simples] e tem prazo curto
[de 1 semana a 2 meses]", diz Costa. "Mas ainda há muito e muito
mercado, são poucas agências de
publicidade que usam os advergames", diz Costa.
A Locz já fez cerca de 150 advergames para empresas como Coca-Cola, Petrobras e MasterCard, segundo Carlos Estigarribia, diretor
da empresa. "Já fizemos jogos em
CD-ROM, mas, hoje em dia, esse
tipo de jogo só vende se for um
"supertítulo'", associado a uma
marca ou franquia, como um filme de sucesso, por exemplo, diz
Estigarribia.
A vantagem do advergame, diz
Estigarribia, é que o jogo não exige investimento da empresa e tem
retorno rápido. Os projetos próprios, diz ele, demoram muito para se pagar. Apesar disso, ele afirma que é um objetivo da empresa
fazer títulos próprios e jogos para
console.
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