DA REPORTAGEM LOCAL

Os estudantes brasileiros não têm idéia do quanto de um economista há em uma caixa de lápis de cor. Ou pelo menos começando pela "singela caixa" é possível tentar convencê-los de que há muito trabalho para os economistas brasileiros.
A alusão é do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo), que iniciou neste ano uma campanha para tentar despertar o interesse dos jovens pela carreira de economia.
Um fábrica de lápis precisa de planejamento. Alguém necessariamente terá que estimar o mercado para lápis no país ou na região em que ela atua, fazer previsões, calcular o quanto será necessário produzir e vender para que o investimento na fabricação valha a pena.
A alusão não pára por aí. Ela vai mais longe no primeiro cartaz da campanha. "Uma das funções mais importantes [dos economistas] é elaborar Estudos de Viabilidade Econômica, ou seja, calcular antecipadamente as possibilidades de sucesso de um projeto -de uma loja de materiais escolares, ou de uma fábrica completa de tintas, ou mesmo de toda a política econômica do país. O tamanho do fato econômico a ser estudado não importa", diz a mensagem estampada junto com a caixa de lápis de cor em composições do metrô paulistano. "Nossa intenção era mostrar tanto as oportunidades de trabalho como a abrangência das atividades", diz Heron do Carmo, presidente do Corecon.
Ele lembra que os tempos em que as empresas contratavam economistas apenas para ajudá-las a lidar com o descontrole monetário no país acabaram. Hoje, o trabalho é outro. E, desse ponto de vista, mais importante. O fim da inflação também expôs os problemas que a escalada de preços escondia, e as empresas, mais do que na época de descontrole, precisam de planejamento e, por isso, de economistas, argumenta ele.
A campanha deve continuar. Já existem mais cartazes elaborados e, por meio da Ordem dos Economistas, da qual também faz parte, Heron pretende levá-la para outras regiões.

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