São Paulo, domingo, 10 de abril de 2005

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MERCADO ABERTO

Bruno Stuckert - 2.mar.05/Folha Imagem

O presidente do BC, Henrique Meirelles (acima na sede do banco, em Brasília), que pode ser alvo de inquérito para investigá-lo, deve se explicar no Congresso sobre as acusações contra ele no dia 26

SOB PRESSÃO

Meirelles se explicará no Congresso

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, irá ao Congresso se explicar sobre todas as acusações que pesam contra ele de sonegação fiscal, crime contra o sistema financeiro e crime eleitoral.
A data ainda não está marcada, mas deve ser provavelmente no dia 26, quando já estava prevista sua ida para outros assuntos.
Meirelles considera o Congresso o fórum mais adequado para se explicar sobre as denúncias, depois de o procurador-geral da República, Claudio Fonteles, ter pedido ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para apurar as acusações contra ele. Antes de ir ao Congresso, Meirelles vai esperar, no entanto, o pronunciamento do STF, o que deve acontecer na próxima quinta. Nesse mesmo dia, Meirelles irá embarcar para Washington para a reunião semestral do FMI.
O governo não admite, mas se preocupa bastante com o desenrolar do caso, principalmente se o STF determinar a abertura de inquérito contra Meirelles. A repercussão poderá ser muito negativa, o que seria desgastante para a imagem de Meirelles.
Apesar disso, o governo ainda está disposto a dar um crédito de confiança a Meirelles e não se cogita, pelo menos por enquanto, a possibilidade de sua renúncia ou licença. O governo considera as acusações antigas e já explicadas.
A curto prazo, a única possibilidade de Meirelles começar a perder apoio dentro do governo é se os mercados demonstrarem sinais de instabilidade. Por enquanto, não houve nenhuma reação negativa.
Meirelles não enfrenta apenas esse problema. Outro enorme risco que ele corre é o de a política monetária não surtir efeito sobre a inflação, depois de oito meses de aumento dos juros, ainda mais se for confirmada a desaceleração da economia.

INDICIADOS
Tudo indica que a PF deverá indiciar nesta semana Daniel Dantas e Carla Cico, logo depois de seus depoimentos.

FAXINA
A Receita Federal excluiu na semana passada 216 empresas do Refis. De 130 mil empresas que tinham entrado no Refis, hoje só permanecem 27 mil. As demais foram excluídas.

TROCA DE GUARDA
As mudanças no BB não devem se restringir à troca de Ivan Guimarães por Geraldo Magela no Banco Popular do Brasil. A pressão é forte pela saída do vice Edson Monteiro. Rossano Maranhão, presidente do BB, tenta mantê-lo.

DE VOLTA
Depois de participar do pool de empresas que patrocinava a equipe brasileira Fittipaldi, na Fórmula 1, em 1982, a Sal Cisne está de volta ao automobilismo. Vai batizar a equipe do piloto Beto Giorgi na Stock Car.

TURISMO SOBRE RODAS
George Butterfield, fundador da empresa canadense Butterfield & Robinson, pioneira no conceito de viajar de bicicleta e a pé pela Europa, vem ao Brasil em maio para reforçar o contato com os clientes. O Brasil é o único país fora do Canadá a ter um escritório da empresa, comandado pela empresária Márcia Lucas, que conheceu a Butterfield como usuária. Márcia explica que os passeios de bicicleta "permitem aos clientes conhecerem de perto a cultura local". Para facilitar o contato com esses locais, a empresa prioriza roteiros por cidades pequenas. No ano passado, a empresa embarcou mais de 200 clientes brasileiros e faturou cerca de US$ 900 mil.

OLHO NO FUTURO
Os ministros Marcio Thomaz Bastos (Justiça) e Nelson Jobim (STF) participarão, no dia 18, em SP, do lançamento do plano de previdência da Associação dos Advogados de São Paulo, em parceria com o HSBC.

guilherme.barros@uol.com.br

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