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BCE terá 3 grandes entraves em 2001
DE LONDRES
Pode-se pensar que os dois
maiores obstáculos que, no último ano, impediam o Banco Central Europeu de manter a estabilidade dos preços na eurozona estão praticamente vencidos -a alta do preço do petróleo e a queda
da moeda única.
Mas o BCE terá pelo menos três
grandes dificuldades pela frente
para conseguir desempenhar sua
função a contento, diz a respeitada revista britânica "The Economist", em sua edição que circula
nesta semana.
A dificuldade mais imediata: o
BCE ainda não aprendeu a se comunicar com o mercado, afirma a
"Economist". Ou, de outra maneira, os investidores entendem
bem menos o que diz o BC da Europa do que o Federal Reserve,
dos EUA.
O próprio Wim Duisenberg,
presidente do BCE, ajudou a aumentar a confusão no ano passado com declarações infelizes à imprensa -no auge da crise, várias
delas fizeram o euro recuar ainda
mais.
Os comentários quase tiraram o
cargo de Duisenberg. Em novembro, o deputado francês Francois
Loncle, presidente da Comissão
de Relações Externas da Câmara
dos Deputados da França, exigiu a
demissão de Duisenberg alegando que "cada vez que ele abre a
boca, o euro se desvaloriza".
"Será isso incompetência, irresponsabilidade, estupidez ou as
três coisas juntas?", perguntou.
Duisenberg, porém, continuou
em seu posto.
A divisão de responsabilidades
entre o BCE e os bancos centrais
nacionais precisa ser reformulada, afirma a revista. Desde o lançamento do euro, em janeiro de
99, a política monetária é conduzida pelo BCE, sediado em Frankfurt. Os demais BCs continuam,
porém, a desempenhar tarefas
fundamentais, como a de supervisão bancária. A revista recomenda maior centralização.
A terceira dificuldade apontada
pela revista será a entrada de países da Europa Central e do Leste
da Europa na eurozona. Ainda vai
demorar alguns anos, mas o debate já começou, diz a revista. Países com mais dificuldade de controlar a inflação podem aumentar
o risco de instabilidade dos preços
no bloco europeu, adverte a "Economist".
(JAg)
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