São Paulo, segunda-feira, 08 de janeiro de 2001

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BNDES pode ser caminho à globalização

DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é visto por Cláudio Frischtak, ex-economista do Banco Mundial, atualmente consultor da empresa Worldinvest, como "o foco natural" para estruturar um programa de financiamento para apoio à internacionalização das empresas brasileiras.
No começo do ano passado, o banco estatal chegou a anunciar que estava estudando financiar investimentos de empresas brasileiras na Argentina, mas ainda não foram anunciados frutos efetivos dessa intenção.
Para Frischtak, o BNDES teria nesse esforço de expansão, mais que o papel de financiador, a função de "catalisador".
O banco estatal faria o trabalho de trazer "grandes bancos de investimento para co-financiar as aquisições", contribuindo para "elevar o perfil e expandir a atuação das empresas nacionais", enquanto se consolidam as condições econômicas para que as empresas possam recorrer livremente a fontes privadas e autônomas de financiamento.

Financiamentos
Nos últimos cinco anos (1996/ 2000), o BNDES aprovou financiamentos totais de R$ 6,15 bilhões para cinco das seis empresas citadas no trabalho de Frischtak como candidatas à internacionalização. A Embraer, principal beneficiária, com um total de R$ 3,98 bilhões, já atingiu, de acordo com o economista, a dimensão de um participante do mercado global, na área de aviões para rotas regionais.
No caso da indústria aeronáutica, Frischtak entende que a aquisição de empresas no exterior não é, necessariamente, condição para a empresa se globalizar.
As outras empresas financiadas foram: Gerdau (R$ 674,99 milhões); Sadia (R$ 302,21 milhões); Vale do Rio Doce (R$ 944,93 milhões); e Weg (R$ 244,93 milhões). Segundo o BNDES, esses valores envolvem empréstimos a todas as empresas dos respectivos grupos.


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