São Paulo, sexta-feira, 01 de dezembro de 2006

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Starbucks estréia hoje no Brasil com café a R$ 2,80

Rede inaugura loja no shopping Morumbi (SP) e aposta em fornecedores locais

Planos incluem abertura de unidades em ruas de bairro, centros financeiros, universidades e até mesmo hospitais; São Paulo é o foco


Caetano Barreira/Reuters
Unidade da rede norte-americana de cafeterias Starbucks no shopping Morumbi (SP)


MARCELO SAKATE
DA REDAÇÃO

A rede de cafeterias americana Starbucks inaugura hoje sua primeira loja no Brasil, no shopping Morumbi, em São Paulo, com a estratégia de aumentar o conteúdo local de fornecedores de modo a facilitar sua adaptação ao país.
A loja tem 180 m2 e espaço para 60 lugares, na ala recém-inaugurada do Morumbi. Na próxima segunda, a rede outra unidade, dentro da livraria Saraiva no mesmo shopping.
"Quando analisamos as multinacionais bem-sucedidas no Brasil, elas têm um ponto em comum: buscaram criar uma rede de fornecedores o mais nacionalizada possível [...] É o que permite avançar mais rapidamente no mercado e ter flexibilidade", disse, em São Paulo, o presidente da rede para a América Latina, Buck Hendrix.
A lista de fornecedores inclui as operações no país de duas multinacionais, a Fresh Start Bakeries e a Gate Gourmet, e uma empresa do Rio, a DiNorma, que cuida da "patisserie".
"Jamais havíamos adotado uma proporção de fornecedores com conteúdo local como aqui", afirmou o executivo. O mobiliário e a parte visual das lojas também são nacionais.
A Starbucks irá trabalhar com dois cafés de origem nacional, entre outros de diferentes procedências. Um é o Ipanema Bourbon, da fazenda Ipanema, parceira da rede desde os anos 90. O outro é o Brasil Blend, uma mistura de grãos. Nos dois casos, porém, o café será torrado nos EUA.
O café mais barato será o "expresso doppio", que custará R$ 2,80 (o copo com 60 ml). Embora acima do valor cobrado em padarias e bares de São Paulo (em torno de R$ 1), ele estará em patamar semelhante ao de cafeterias "premium" da cidade. Mas bebidas derivadas do café, como um "frappucino", custarão até R$ 12,50.
Segundo Maria Luisa Rodenbeck, sócia da Starbucks no país, o cardápio foi modificado para atender ao paladar brasileiro. "Nós criamos [em conjunto com a sede da empresa em Seattle] muito mais alimentos salgados, até porque não temos tanta tradição de doces." Entre os "invenções", pão de queijo (a R$ 2) e muffins salgados (cerca de R$ 6).
Hendrix e Martin Coles, presidente da divisão internacional da Starbucks, disseram acreditar que os brasileiros se identificarão com o que chamam de "Experiência Starbucks", algo como a intenção da rede de ser o "terceiro lugar [um ambiente que não a casa e o trabalho]" para o cliente. "Estamos em outros 37 países e sempre nos fazem tal questão [da adaptação aos costumes locais], como na França. Estamos confiantes", afirmou Coles.
Ele e Rodenbeck disseram que a rede planeja adotar modelo de posicionamento de pontos similar ao que há em outros países. O objetivo é abrir lojas em ruas de bairro, centros financeiros, entradas de edifícios comerciais, universidades e até hospitais.
Mas o foco inicial será somente a capital paulista. "É o centro econômico do Brasil, onde surgem tendências. Se queremos ter sucesso no país, teremos que fazê-lo em São Paulo", afirmou Hendrix.
A rede não divulgou investimentos ou previsão de aberturas para 2007, mas citou a experiência no México. Há quatro anos no país, ela conta com cerca de cem lojas nas principais cidades mexicanas. "Esperamos sucesso semelhante no Brasil", disse o executivo.


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