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FMI diz que país precisa se livrar de "taxa de crescimento anêmica"
GUSTAVO PATU
LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Praticamente descartada pelo governo, a reforma da Previdência foi citada ontem pela diretora do Departamento Fiscal
do FMI (Fundo Monetário Internacional), Teresa Ter-Minassian, como uma das medidas necessárias para que o país
se livre das atuais "taxas de
crescimento anêmicas".
Em seminário sobre política
fiscal promovido pelo Tesouro
Nacional, ela recomendou ao
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva "aproveitar o início do novo mandato para promover um
consenso nacional e avançar
com as reformas fiscais".
Experiente em negociações
com o Brasil, a economista italiana mostrou afinação com os
objetivos declarados pela equipe econômica: controle das
despesas permanentes do governo, redução ou estabilização
da carga tributária e elevação
dos investimentos públicos.
A diferença é que Ter-Minassian não se preocupou com as
conveniências políticas que limitam as opções do governo.
No seu entender, limites quantitativos para os gastos -uma
das principais opções em estudo na área econômica- são insuficientes. Ela defendeu reformas estruturais nas áreas trabalhista, judiciária e previdenciária, além de mais abertura
comercial e maior liberdade
para conter despesas sociais.
À tarde, o ministro Guido
Mantega (Fazenda) disse que o
FMI já fez previsões erradas
sobre o Brasil. Após participar
da cerimônia de encerramento
do seminário, disse que a Previdência é um problema porque
tem um déficit que precisa ser
administrado.
Ter-Minassian criticou a
idéia, cogitada no governo, de
reduzir o aperto fiscal para ampliar investimentos por meio
do PPI, programa negociado
com o FMI que permite descontar certas obras da meta fiscal. "O PPI não deve ser visto
como uma forma de reduzir, na
prática, o superávit fiscal."
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