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SAÚDE
Asmáticos precisam manter tratamento contínuo
ALCINO BARBOSA JR.
ESPECIAL PARA A FOLHA
Respirar bem vai ser a principal
preocupação de 10% da população nos próximos meses. São os
asmáticos, que em geral têm mais
crises no outono e no inverno.
A asma é uma inflamação dos
brônquios. Suas causas são genéticas e ambientais. Mas alguns
cuidados tomados em casa e em
locais fechados ajudam o asmático a conviver melhor com a doença (veja quadro ao lado).
Uma dica importante é consultar regularmente o médico para se
informar sobre as novas medicações e ajustar a dose dos remédios
que já são usados. Além disso, o
tratamento da asma não deve ser
feito somente durante as crises.
"Mas é difícil convencer algumas pessoas de que elas devem
tomar remédios continuamente",
afirma Alberto Cukier, coordenador do Ambulatório de Asma do
Serviço de Pneumologia do Hospital das Clínicas da USP.
Os remédios mais usados nas
crises são os broncodilatadores de
ação curta, que agem rapidamente, mas tem efeito breve.
Para a prevenção e a manutenção, são utilizados os corticosteróides (semelhantes à cortisona),
os antileucotrienos (tipo de antiinflamatório) e os broncodilatadores de ação longa.
Os corticosteróides e os antileucotrienos combatem a causa da
doença: a inflamação. Os broncodilatadores diminuem a contração da parede dos brônquios, um
efeito dessa inflamação.
Porém os corticosteróides podem causar efeitos colaterais, como aumento da pressão sanguínea, aumento da taxa de glicose
no sangue, diminuição da imunidade contra infecções, retenção
de água e sal e diminuição do
crescimento em crianças. Os remédios inalatórios apresentam
pouco desses efeitos porque são
menos absorvidos pelo sangue.
Uma das novidades no mercado são os corticosteróides em pó
inalável. Eles são semelhantes ao
tradicional spray, mas são mais
fáceis de usar.
Os antileucotrienos foram lançados no mercado há apenas dois
anos, mas já estão entre os medicamentos mais prescritos para a
asma. Eles têm uma vantagem sobre os demais remédios: são comprimidos tomados uma ou duas
vezes por dia.
"Os antileucotrienos foram a
maior novidade que surgiu nos
últimos 20 anos. São drogas seguras, mas ainda sem pesquisas para
mostrar seus resultados a longo
prazo", diz Cukier. Mas existem
algumas limitações para o uso
desses remédios.
"Eles têm bons resultados em
pacientes com asma leve ou moderada ou para pacientes que pioram com exercício físico ou com
certos remédios", afirma Maria
Lavínia Machado, imunologista
do Hospital das Clínicas.
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