São Paulo, domingo, 28 de maio de 2000


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SAÚDE

Asmáticos precisam manter tratamento contínuo


ALCINO BARBOSA JR.
ESPECIAL PARA A FOLHA

Respirar bem vai ser a principal preocupação de 10% da população nos próximos meses. São os asmáticos, que em geral têm mais crises no outono e no inverno.
A asma é uma inflamação dos brônquios. Suas causas são genéticas e ambientais. Mas alguns cuidados tomados em casa e em locais fechados ajudam o asmático a conviver melhor com a doença (veja quadro ao lado).
Uma dica importante é consultar regularmente o médico para se informar sobre as novas medicações e ajustar a dose dos remédios que já são usados. Além disso, o tratamento da asma não deve ser feito somente durante as crises.
"Mas é difícil convencer algumas pessoas de que elas devem tomar remédios continuamente", afirma Alberto Cukier, coordenador do Ambulatório de Asma do Serviço de Pneumologia do Hospital das Clínicas da USP.
Os remédios mais usados nas crises são os broncodilatadores de ação curta, que agem rapidamente, mas tem efeito breve.
Para a prevenção e a manutenção, são utilizados os corticosteróides (semelhantes à cortisona), os antileucotrienos (tipo de antiinflamatório) e os broncodilatadores de ação longa.
Os corticosteróides e os antileucotrienos combatem a causa da doença: a inflamação. Os broncodilatadores diminuem a contração da parede dos brônquios, um efeito dessa inflamação.
Porém os corticosteróides podem causar efeitos colaterais, como aumento da pressão sanguínea, aumento da taxa de glicose no sangue, diminuição da imunidade contra infecções, retenção de água e sal e diminuição do crescimento em crianças. Os remédios inalatórios apresentam pouco desses efeitos porque são menos absorvidos pelo sangue.
Uma das novidades no mercado são os corticosteróides em pó inalável. Eles são semelhantes ao tradicional spray, mas são mais fáceis de usar.
Os antileucotrienos foram lançados no mercado há apenas dois anos, mas já estão entre os medicamentos mais prescritos para a asma. Eles têm uma vantagem sobre os demais remédios: são comprimidos tomados uma ou duas vezes por dia.
"Os antileucotrienos foram a maior novidade que surgiu nos últimos 20 anos. São drogas seguras, mas ainda sem pesquisas para mostrar seus resultados a longo prazo", diz Cukier. Mas existem algumas limitações para o uso desses remédios.
"Eles têm bons resultados em pacientes com asma leve ou moderada ou para pacientes que pioram com exercício físico ou com certos remédios", afirma Maria Lavínia Machado, imunologista do Hospital das Clínicas.







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