São Paulo, domingo, 28 de maio de 2000


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Insatisfeitos, pais pedem explicações


DA REPORTAGEM LOCAL

Não são apenas os alunos que procuram as escolas no período de greve. Pais insatisfeitos com a falta de aulas ou desconfiados do comportamento de seus filhos saem de casa para questionar professores e funcionários sobre os rumos da paralisação.
O desempregado José Josmario Maciel de Lima, 37, foi até a escola Carlos Ayres, no Grajaú (zona sul), na tarde da última sexta-feira, para verificar as informações de um bilhete deixado pelo filho, Rafael, de 13 anos.
"Pai, fui para a aula", escreveu o estudante da 6� série, que, por causa da greve, não ia à escola desde o início da semana passada.
Por achar "estranha" a informação deixada pelo filho, Lima resolveu ir até a escola. Andou quase um quilômetro a pé, acompanhado da mulher.
No portão, um cartaz explicava: "Estamos em greve, mas voltamos no próximo dia 1�".
Descontente com a informação, foi até a diretoria, onde ficou sabendo que todos os professores estavam parados.
"Que estranho", disse ele, logo após conversar com um funcionário. Antes de deixar a Carlos Ayres, Lima ainda olhou para as salas de aula para certificar-se de que estavam vazias.
Ao sair do local, questionado se estava desconfiado do paradeiro do filho, ele desconversou. "Ele nunca aprontou. Mais tarde vou saber o que aconteceu."
Lima disse esperar que Rafael voltasse para casa antes do final da tarde. "Pode ser só um mal-entendido", afirmou.
Mesmo assim, fez questão de criticar a indefinição sobre a existência de aulas.
"A greve prejudica muito. Eles ficam sem estudar. Além disso a gente nunca sabe se está tendo aula mesmo", afirmou.
A dona-de-casa Maria das Dores, 30, também fez questão de acompanhar a filha, Adriana, 12, para saber do calendário de aulas. "Apenas por precaução", disse.
Ela saiu da escola Carlos Ayres descontente com os professores, apesar de achar justa a reivindicação da categoria e de ser informada de que, no mês que vem, tudo voltará ao normal.
"Vai ser bem melhor. Sem aula, ela me ajuda mais em casa, mas fica sem estudar." (AI)


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