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GREVE NA EDUCAÇÃO
Diretores promovem atividades extracurriculares para tentar manter estudantes fora das ruas
Futebol e música mantêm alunos na escola
DA REPORTAGEM LOCAL
Para evitar que os alunos fiquem nas ruas durante a greve,
diretores da algumas escolas da
periferia procuram solução nas
atividades extracurriculares.
A alternativa mais comum é a
abertura das quadras para que os
estudantes joguem futebol.
Na escola Carlos Ayres, no Grajaú (zona sul), além de permitir o
uso das três quadras, a direção
mantém durante a greve dos professores os ensaios de uma fanfarra, quando os alunos tocam instrumentos musicais.
O problema da atividade é a limitação: apenas 50 dos 2.500 alunos podem participar.
Na última sexta-feira, Natalia
Santana, 13, aluna da 7� série, esteve na fanfarra pela manhã, mas,
por volta das 15h, permanecia na
escola. "Prefiro ter aula do que ficar de férias. Assim, fico livre das
brigas dentro de casa."
Sua irmã, Gabriela Santana, 12,
aluna da 6� série, tinha outro motivo para reivindicar a volta dos
professores. "Quando não tenho
aula, fico sem ver o menino que
eu gosto", afirma.
O estudante Anderson Silva, 13,
da 6� série, era outro que aproveitava a fanfarra para ficar mais
tempo na escola.
"Aqui no bairro não tem quase
nada para fazer. Isso é uma diversão", afirmou.
Pátio
Na escola Laerte Ramos de Carvalho, em Cidade Dutra (zona
sul), a ordem da vice-diretora Maria Gorete Matheus é manter os
alunos na escola, mesmo que não
haja aula.
"Se não tiver professores suficientes, eles ficam no pátio, na sala de vídeo. Fazemos de tudo para
não dispensar. A gente se preocupa com o que eles vão fazer se não
estiverem na escola."
Na escola Professor Vieira de
Moraes, no mesmo bairro, o pátio
também é a atração dos alunos.
Douglas Lopes, 12, da 6� série,
brincava com os colegas de classe
na última sexta-feira à tarde. "Prefiro ficar aqui, mesmo sem aula,
do que mofando dentro de casa."
Na escola Beatriz Lopes, em Cidade Dutra (zona sul), enquanto
os professores estavam parados,
oito alunos do ensino médio se
reuniam na biblioteca, na última
sexta-feira, para dar continuidade
a um projeto.
"Eles estão reformando, reorganizando a biblioteca", afirmou a
vice-diretora Maria Alice Sanches
do Prado.
"E tem uma professora que ajuda eles nesse trabalho. Essa ação
voluntária não pára nunca", disse
Maria Alice.
(ALENCAR IZIDORO)
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