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CRISE NOS TRANSPORTES
Perueiros iniciam campanha para aprovar projeto logo; motoristas articulam adiamento
Adversários pressionam vereadores
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local
Motoristas de ônibus e perueiros de São Paulo iniciaram ontem
um corpo-a-corpo com vereadores para ganhar votos nos projetos relativos às duas categorias
que tramitam na Câmara.
Ontem, no Sindlotação, sindicato que reúne as principais lideranças da categoria, os perueiros
exibiam uma lista com nomes e
telefones de todos os vereadores
paulistanos e afirmavam já estar
telefonando para todos os gabinetes em busca de apoio.
"Vamos passar o dia inteiro na
Câmara, de gabinete em gabinete.
Vamos olhar nos olhos de cada
vereador e ver quem nos apóia
realmente", declarou o presidente
do Sindlotação, José Célio dos
Santos.
Já no Sindicato dos Motoristas,
que hoje representa 45 mil motoristas e cobradores, o corpo-a-corpo tem dois objetivos.
O primeiro é adiar a regularização das peruas. O segundo, obter
a aprovação do projeto que garante o emprego dos cobradores
nas empresas que adotaram as catracas eletrônicas.
"Não somos contra a liberação
das peruas, desde que se combata
o perueiro que ficar de fora do sistema", disse Alcides Araújo dos
Santos, o Amazonas, secretário-geral do sindicato dos motoristas.
Segundo Amazonas, o adiamento da votação é necessário
para que seja discutido não só o
projeto de legalização, mas toda a
questão do transporte.
Mas o outro lado, o dos perueiros, quer evitar discussões demoradas e lutar pela aprovação rápida do projeto em primeira votação. "Não tenho nada contra as
discussões, mas as emendas podem ser acrescentadas ao projeto
após a primeira votação. Eles não
precisam enrolar agora", diz o
presidente do Sindlotação, José
Célio dos Santos.
Para os perueiros, a pressão sobre os vereadores é necessária
porque os parlamentares são alvo
de um forte lobby das empresas
de ônibus. "Os empresários não
se preocupam em melhorar o serviço deles e só pensam em como
acabar com a gente", disse Santos.
Manifestações
Oficialmente, os líderes das
duas categorias negam que vão
realizar grandes manifestações
em frente à Câmara, na terça-feira, para quando está prevista a votação, mas protestos de ambos os
lados estão sendo articulados.
Ao serem perguntados sobre os
planos, Célio e os outros líderes
dos perueiros reunidos respondem com um sorriso coletivo, seguido de silêncio.
Motoristas, por sua vez, afirmam que na segunda-feira já estarão protestando, caso o secretário dos Transportes, Getúlio Hanashiro, não cumpra o compromisso de reforçar a fiscalização
contra os perueiros clandestinos.
A proposta de Hanashiro, que
prevê a participação da Guarda
Civil e da CET na fiscalização, foi a
garantia para os motoristas suspenderem o protesto em frente à
prefeitura, que acabou anteontem, após três dias.
Entretanto, tanto perueiros,
quanto motoristas e cobradores,
não adiantam informações sobre
tamanho, horários e locais de suas
manifestações.
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