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Polícia mata 13 em suposto ataque do PCC
Daniel Kfouri/Folha Imagem
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O governador Cláudio Lembo (PFL) que disse ontem que o PCC ameaçou retomar ataques no Estado |
Segundo delegado, grupo, que incluía uma mulher, tinha recebido ordens da facção para matar agentes penitenciários
Operação ocorreu pela
manhã próximo ao CDP de
São Bernardo, na Grande SP;
das 13 vítimas, 11 tinham
antecedentes criminais
GILMAR PENTEADO
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia paulista matou ontem 13 pessoas, supostamente
ligadas ao PCC (Primeiro Comando da Capital), minutos
antes do que seria uma tentativa de ataque da facção criminosa contra agentes penitenciários em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).
A operação policial ocorreu
às 7h de ontem, a 500 metros
de um CDP (Centro de Detenção Provisória). A polícia diz
que surpreendeu os mortos
-12 homens e uma mulher-
quando se preparavam para
atacar três agentes em um ponto de ônibus. Cinco suspeitos
foram presos e outros quatro
conseguiram fugir.
Segundo o delegado Marco
Antonio de Paula Santos, chefe
da Delegacia Seccional de São
Bernardo, a ordem de ataque
partiu de dentro dos presídios,
"presumidamente vinda do alto escalão" do PCC.
A intenção, segundo Santos,
era retomar as ações iniciadas
em maio como forma de pressão para diminuir o rigor nos
presídios, principalmente contra os líderes da facção.
Naquele mês, entre os dias 12
e 19, 42 agentes de segurança
foram mortos em ataques. No
mesmo período, 92 civis supostamente envolvidos com o ataque foram mortos pela polícia.
Ontem, o governador Cláudio Lembo (PFL) disse que o
PCC ameaçou dar início a
"muitos" ataques no Estado.
A Polícia Civil da Grande São
Paulo afirma ter descoberto o
suposto atentado há dez dias.
Segundo o delegado Santos, informações de presos rivais, de
informantes da polícia e de escutas telefônicas revelaram
que o PCC pretendia matar de
cinco a 15 agentes.
Os alvos seriam funcionários
de CDPs em São Bernardo, Diadema, Mauá e Santo André. O
comando do PCC, na versão da
polícia, deu dez dias para que a
ação fosse realizada por um
grupo local. Os criminosos estavam sendo pressionados a
realizar o ataque. A tentativa
ocorreu no 9� dia do prazo.
Cerca de 70 policiais civis à
paisana chegaram ao local por
volta das 3h. Eles se dividiram
em dois postos de gasolina e
outros pontos nas proximidades do CDP. Segundo a polícia,
os suspeitos chegaram em seis
carros, por volta das 5h30.
A ordem para matar três funcionários que rumavam para o
ponto de ônibus teria sido interceptada pela polícia, o que
precipitou a abordagem. "A intenção era prender, mas houve
reação", disse Santos.
Dez suspeitos foram mortos
no local. Três foram perseguidos e mortos no município vizinho de Diadema. Um policial
foi atingido no tórax, mas o tiro
foi contido pelo colete à prova
de balas. Mais três mulheres e
dois homens foram presos.
Dos 13 mortos, 11 tinham antecedentes criminais, segundo
a polícia. Na maior parte, por
tráfico de drogas e roubo. Segundo Santos, os três líderes do
ataque estão no grupo de mortos: Márcio José dos Santos, o
Marcinho, seria "piloto" (que
comanda as ações em uma região) do PCC em Diadema,
Adriano Wilson da Silva, o Boy,
líder da facção em São Bernardo e com envolvimento em
roubos de carga, e Evilson Rodrigues de Oliveira, com passagem por roubo e tráfico.
Na lista da polícia também
apareciam os nomes de Eduardo de Jesus Batista, o Du, Welington de Araújo Carvalho, o
Boquinha, Francisco Laurindo
dos Santos, o De Assis, Fernando de Almeida, o Fedô, Mário
Tavares, Ana Paula de Sousa e
mais quatro suspeitos identificados só pelos apelidos.
"Não sei se todos são do PCC.
Mas cumpriam ordem de uma
facção criminosa", afirmou
Santos. A polícia apresentou
sete revólveres, sete pistolas e
uma espingarda, que teriam sido apreendidas com o grupo.
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