São Paulo, Domingo, 21 de Novembro de 1999
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Terras pertencem à Marinha

do enviado especial
a Santarém (PA)

As várzeas representam de 2% a 3% da bacia do rio Amazonas e concentram seus solos mais férteis - se é que se pode chamar de solo terras que ficam inundadas vários meses por ano. Para dificultar a vida do ribeirinho, elas não lhes pertencem, mas à Marinha. Não existe usucapião em várzea.
O terreno é muito bom porque as enchentes depositam nele sedimentos ricos em nutrientes. Por isso só existem várzeas ao longo dos rios de água "branca", como o próprio Amazonas, resultante da erosão de áreas tão distantes quanto os Andes.
Tanta fertilidade e insegurança fundiária tornam a região propícia não apenas para a agropecuária como também para conflitos. Segundo Socorro Pena, 36, do Projeto Várzea, já existe em Santarém estudo-piloto para a criação de um estatuto de propriedade especial.
O Grupo Renascer encara o projeto de reflorestamento, que deve alcançar 11 hectares este ano, também como uma maneira de garantir sua posse. Os pescadores de Aracampina concentram por isso seus esforços na ilha de mesmo nome, do outro lado do rio Amazonas, que já foi objeto de disputa.
Existem também problemas na ilha de Ituqui, onde fica a vila. Apenas quatro proprietários detêm 70% das terras. O restante é dividido por 400 famílias.


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