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MANIA
Personagens são a maior febre de consumo infantil do momento; especialistas aconselham pais a impor limites à vontade dos filhos
Kit Pokémon para o Natal vai custar R$ 249
João Wainer/Folha Imagem
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Tomás e Luiz Felipe têm o game boy do Pokémon e querem ganhar mais cartuchos no Natal |
ANTONINA LEMOS
da Reportagem Local
Eles estão nas bancas de jornais,
nas lojas de brinquedo, na TV,
nas lojas de discos. Os Pokémons,
personagens criados em um videogame e reproduzidos em desenho animado e quadrinho, invadiram o país e estão fazendo
pais gastarem muito dinheiro.
O Natal dos Pokémons vai custar caro. O problema no bolso começa pelos números. Existem 151
personagens. O resultado, claro,
são crianças querendo mais e
mais bichinhos. E fitas de videogame e game boys.
A Nintendo, criadora do game,
vai lançar um kit Pokémon para o
Natal pelo preço de R$ 249. O pacote inclui um game boy preto e
branco, duas fitas e um link, que
permite que a criança pegue bichinhos de outros gameboys.
Só que o seu filho pode não se
contentar com esse presente. Isso
porque a Nintendo já lançou game boys coloridos no Brasil. Só o
joguinho custa R$ 259. Para poder jogar, vai ser preciso comprar
um cartucho. O mais barato custa
R$ 99 e o mais moderno, o "pinball", R$ 109.
A fábrica de brinquedos Estrela
também está se preparando para
vender muitos Pokémons no Natal. A empresa, que antes importava os bonecos dos personagens,
passou a fabricá-los no Brasil. Cada um vai custar cerca de R$ 40.
Os produtos de Pokémon que foram lançados pela empresa para o
Dia das Crianças esgotaram.
A psicóloga Áurea Affonso, 39,
percebeu isso quando foi comprar o presente dos seus filhos.
Tomás, 8, e Felipe, 3. "Tive que rodar muito para encontrar, faltava
em quase todas as lojas", disse.
Seus filhos já escolheram o que
vão querer ganhar de Natal: cartuchos para o game boy. "Mas
penso em só dar um, eles já têm o
jogo com um cartucho, não podemos dar tudo o que eles querem."
O estudante carioca Fernando
do Vale, 6, também já escolheu o
que vai ganhar de Natal: o game
boy do Pokémon. Ele está aprendendo a ler e a primeira coisa que
leu foi uma revista do Pokémon.
"Eu li até o fim a número 1 do Pokémon Clube", disse.
Segundo o psicólogo Içami Tiba, as crianças são seduzidas pelo
que é passado na televisão. "Elas
passam a achar que se não tiverem aqueles brinquedos vão estar
por fora", diz. A psiquiatra Maria
Cristina Lombardi afirma que
crianças caem mais nas "jogadas
de marketing". Os pais, segundo
ela, precisam aprender a impor limites e a falar"não".
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