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VESTIBULAR
Exame começa às 13h30; maioria dos inscritos é proveniente de escolas particulares e não trabalha
Elite faz primeira prova da Fuvest hoje
CLAUDIA ASAZU
da Reportagem Local
É filho de pais que têm pelo menos nível universitário incompleto, não trabalha, estudou somente
em escolas particulares, fez cursinho e tem acesso à Internet.
Essa é a descrição da maioria
dos 149.244 inscritos no vestibular
da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) neste ano,
revelado pela avaliação socioeconômica feita pela fundação.
O candidato que enfrenta hoje a
primeira fase do vestibular mais
concorrido do país se encaixa no
perfil do típico aluno de classe
média: não precisa trabalhar para
se sustentar -68,75% dos candidatos não exercem atividade remunerada- e depende, portanto, de auxílio familiar para manter
seus estudos.
No entanto, de acordo com José
Atílio Vanin, vice-diretor da Fuvest, o perfil deixou de ser tão elitista nos quatro últimos anos, depois da mudança da estrutura do
vestibular. Até 95, o índice de
aprovados no exame sem ter estudado em cursinhos era de apenas
25%. Hoje, esse índice é de 38,7%.
"O exame da Fuvest deixou de
lado a decoreba e passou a priorizar a capacidade de raciocínio e a
criatividade, o que favorece os
candidatos com menos condições
financeiras", disse Vanin.
O vestibulando também está
procurando carreiras alternativas
e fugindo das tradicionalmente
concorridas como medicina, direito e engenharia. Um exemplo é
fisioterapia, a carreira mais disputada na Fuvest deste ano, com
92,68 candidatos para cada uma
das 25 vagas. A concorrência mais
do que dobrou -em 98, era de
46,06 candidatos por vaga.
Em parte, a grande concorrência se deve ao pequeno número de
vagas, o que também acontece
com cursos como turismo
(63,76), publicidade e propaganda (62,08) e jornalismo (51,96).
No entanto, a possibilidade de
fazer um curso "similar" ao de
medicina sem ter de enfrentar as
dificuldades que um candidato a
médico tem de passar é o que
mais atrai os candidatos.
"O curso de ciências biológicas
também surpreendeu pelo aumento do número de inscritos",
disse Vanin. A relação candidato/vaga no curso passou de 15,01
no ano passado para 21,78 neste
ano, um salto de 45% em um ano.
Outra grande surpresa foi o curso de engenharia. No ano passado
9.000 candidatos procuraram pelo curso. Neste ano esse número
saltou para 12 mil.
"Infelizmente. O estudante brasileiro é ultrapassado, não se deu
conta da importância de cursos
como matemática, física e química e continua buscando cursos
técnicos como engenharia."
Parte disso se explica pelo espaço que a Internet e a informática
ganharam nos últimos anos, mesmo entre os vestibulandos.
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