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PESQUISA
Segurança foi o fator que registrou a maior oscilação; mês foi o mais violento da década na cidade
Vida de paulistano piora em setembro
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
da Reportagem Local
O aumento da violência foi o
principal motivo que fez a qualidade de vida dos paulistanos piorar em setembro passado em
comparação aos meses de maio e
julho deste ano.
Essa é a principal conclusão da
nova edição do Índice de Qualidade de Vida (IQV) para a cidade
de São Paulo, elaborado a partir
de pesquisa feita pelo Datafolha e
de metodologia desenvolvida em
conjunto pela Folha e o instituto.
Em setembro, o IQV foi de 5,3,
numa escala que varia de 0 a 10.
Com esse valor, a índice continua
na faixa considerada de qualidade
de vida insatisfatória (3,4 a 6,6).
As outras faixas são péssimo (0 a
3,3) e satisfatório (6,7 a 10).
Nos meses anteriores, o IQV havia oscilado dentro da faixa de
qualidade insatisfatória: 5,2 em
março e 5,4 em maio e julho. A
pesquisa é feita a cada dois meses.
A pequena queda verificada em
setembro foi provocada pela violência. Dos dez fatores que compõem o IQV, a maior oscilação foi
naquele que se refere à segurança.
Ele caiu de 4,3 em julho para 3,8
em setembro.
O indicador de segurança é uma
composição de itens da pesquisa
Datafolha que medem o percentual de paulistanos que afirmam
terem sido roubados, furtados ou
sofrido algum outro tipo de violência no mês de referência.
Além disso, o indicador de segurança é o único que incorpora
dados externos à pesquisa: os homicídios cometidos contra moradores da cidade de São Paulo, segundo estatísticas fornecidas pelo
Pro-Aim (Programa de Aprimoramento das Informações de
Mortalidade), da Prefeitura de
São Paulo.
Foi justamente o agravamento
da violência refletido por esses
dados que provocou a queda do
índice de segurança: ocorreram
468 assassinatos na cidades em
setembro, contra 452 em julho.
Na comparação com o mesmo
mês em outros anos percebe-se
que este foi o setembro mais violento da década na cidade. Em
1998, ano recorde de homicídios
em São Paulo, 430 paulistanos foram assassinados. Houve um
crescimento de 9% em 12 meses.
Talvez por isso e talvez por causa das revoltas de jovens na Febem, em setembro a segurança
desbancou o trabalho e passou a
liderar o ranking das questões
mais importantes para a qualidade de vida na opinião dos paulistanos, com 20% de citações.
Outro fator que continua puxando para baixo o Índice de
Qualidade de Vida na cidade é o
lazer: com o fim das férias escolares, ele caiu de 3,2 para 2,8 e continua sendo o pior de todos os indicadores. Isso ocorre porque a
maioria dos paulistanos está insatisfeita com o tempo e a qualidade
de seus momentos de ócio (leia
texto na pág. 3).
O trânsito, que vinha apresentando uma tendência de melhora
nos últimos meses, regrediu de
6,7 para 6,4. Esse indicador é medido pelo tempo que os paulistanos avaliam ter perdido indo e
voltando para o trabalho.
A piora em relação a julho também pode ser reflexo do fim das
férias escolares, que faz aumentar
o número de carros em circulação
na cidade e torna o tráfego mais
lento. Assim, o percentual de paulistanos que perde de uma a duas
horas por dia no trânsito cresceu
de 22% para 30% em setembro.
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