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SEM REMÉDIO
Prefeito, que visitou unidade após morte de moradora de rua, admitiu que situação é precária
Pacientes recebem tucano com protesto
VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Sob protestos de pacientes que
se aglomeravam nos corredores,
o prefeito José Serra (PSDB) visitou ontem o PS Santana, na zona
norte da cidade, onde, na quarta-feira, uma moradora de rua
morreu diante do hospital.
A entrada do prefeito foi marcada por um tumulto no corredor do pronto-socorro. Diversos
pacientes que aguardavam atendimento reclamavam, aos gritos,
das condições do local. Alguns
tomavam soro no corredor.
Em um dos quartos, pacientes
eram tratados em colchonetes
colocados no chão. Durante a visita de Serra, uma mulher chegou a desmaiar na sala de espera.
Após as reclamações, a imprensa foi impedida de acompanhar o restante da visita.
Serra reconheceu que a situação do local "é precária", mas
não falou sobre os protestos.
A morte da moradora de rua
foi a primeira polêmica na gestão de Maria Cristina Cury, empossada anteontem na Secretaria da Saúde e que acompanhou
o prefeito durante a visita.
Em nota oficial, a secretária
afirmou que Fátima Gonçalves,
49, "morreu onde vivia", uma
vez que se tratava de uma moradora de rua. O comentário provocou críticas de diversos setores, como o Conselho Regional
de Medicina. O coordenador da
Pastoral do Povo da Rua, padre
Júlio Lancellotti, classificou a
nota como "estarrecedora".
Cury lamentou as críticas. "Infelizmente eu fui interpretada
como uma pessoa insensível."
Com relação à morte de Fátima, o prefeito determinou o
afastamento de um auxiliar de
enfermagem que, segundo ele,
"tratou mal a família da mulher". "Se o atendimento é modesto, não há nada que justifique que seja desumano", disse.
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