São Paulo, Segunda-feira, 20 de Dezembro de 1999


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SEGURANÇA
Furukawa visitou presídio ontem
Secretário irá manter o Carandiru

CHICO DE GOIS
da Reportagem Local

O novo secretário estadual da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, disse ontem que não pretende desativar o Complexo do Carandiru tão cedo. Segundo ele, "não há para onde transferir os detentos".
Furukawa visitou ontem a Casa de Detenção, onde estão 7.253 presos - mais do que o dobro da lotação máxima (3.250). A desativação do Complexo do Carandiru - que, além da Detenção, abriga a Penitenciária do Estado, a Penitenciária Feminina e o Centro de Observação Criminológica -estava prevista inicialmente para o final do ano passado. Depois, foi adiada para meados deste ano.
Durante a campanha, o então candidato à reeleição ao governo do Estado, Mário Covas, disse que pretendia implodir, em junho deste ano, o pavilhão 9 da Detenção, onde 111 presos foram mortos em 2 de outubro de 1992.
A implosão daria início à desativação do complexo. Para ocupar o local, o governo estadual já fez vários planos: pensou em transformar a área em um centro de formação profissional, planejou a criação de um parque e até mesmo a venda para a iniciativa privada erguer apartamentos.
Mas ontem Furukawa preferiu não falar em prazos. Ele lembrou que a desativação foi planejada levando-se em conta a construção de 22 presídios no interior do Estado. Mas mesmo com as novas unidades, as transferências continuam inviáveis.
"Com mais 20 mil vagas, pensou-se que seria possível desativar o Carandiru, até porque na época havia um projeto de aumento de penas alternativas", afirmou. "Porém, a criminalidade aumentou e não foi possível a desativação. Eu diria que, no momento, isso é impensável." Sua "grande preocupação", diz o secretário, é onde colocar as pessoas que estão sendo presas hoje.
Ele afirmou que pretende investir na criação de vagas para presos em regime semi-aberto. "A obra é até mais barata porque não exige muitos gastos em segurança."
Furukawa disse que ficou "satisfatoriamente surpreso" com o que viu na Casa de Detenção. "Embora alguns pavilhões necessitem de reformas, tudo vem funcionando bem e o clima está muito tranquilo."



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