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SEGURANÇA
Furukawa visitou presídio ontem
Secretário
irá manter
o Carandiru
CHICO DE GOIS
da Reportagem Local
O novo secretário estadual da
Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, disse ontem que
não pretende desativar o Complexo do Carandiru tão cedo. Segundo ele, "não há para onde transferir os detentos".
Furukawa visitou ontem a Casa
de Detenção, onde estão 7.253
presos - mais do que o dobro da
lotação máxima (3.250). A desativação do Complexo do Carandiru
- que, além da Detenção, abriga
a Penitenciária do Estado, a Penitenciária Feminina e o Centro de
Observação Criminológica -estava prevista inicialmente para o
final do ano passado. Depois, foi
adiada para meados deste ano.
Durante a campanha, o então
candidato à reeleição ao governo
do Estado, Mário Covas, disse que
pretendia implodir, em junho
deste ano, o pavilhão 9 da Detenção, onde 111 presos foram mortos em 2 de outubro de 1992.
A implosão daria início à desativação do complexo. Para ocupar
o local, o governo estadual já fez
vários planos: pensou em transformar a área em um centro de
formação profissional, planejou a
criação de um parque e até mesmo a venda para a iniciativa privada erguer apartamentos.
Mas ontem Furukawa preferiu
não falar em prazos. Ele lembrou
que a desativação foi planejada levando-se em conta a construção
de 22 presídios no interior do Estado. Mas mesmo com as novas
unidades, as transferências continuam inviáveis.
"Com mais 20 mil vagas, pensou-se que seria possível desativar
o Carandiru, até porque na época
havia um projeto de aumento de
penas alternativas", afirmou. "Porém, a criminalidade aumentou e
não foi possível a desativação. Eu
diria que, no momento, isso é impensável." Sua "grande preocupação", diz o secretário, é onde
colocar as pessoas que estão sendo presas hoje.
Ele afirmou que pretende investir na criação de vagas para presos
em regime semi-aberto. "A obra é
até mais barata porque não exige
muitos gastos em segurança."
Furukawa disse que ficou "satisfatoriamente surpreso" com o
que viu na Casa de Detenção.
"Embora alguns pavilhões necessitem de reformas, tudo vem funcionando bem e o clima está muito tranquilo."
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