São Paulo, Segunda-feira, 20 de Dezembro de 1999


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VIOLÊNCIA
Testemunhas dizem que guarda do consulado dos EUA no Rio agrediu e atirou em garoto de programa
Segurança de consulado é preso após morte

ALEXANDRE MARON
da Sucursal do Rio

O segurança do consulado dos Estados Unidos no Rio André Luiz Barbosa de Vasconcellos foi preso em flagrante sob a acusação de matar Sebastião da Costa Parente, 33. O crime aconteceu à 1h40 de ontem.
Segundo as testemunhas, Parente era garoto de programa e estava conversando com dois colegas, sentado na calçada da avenida Graça Aranha, quando foi abordado por Vasconcellos.
Ele estava acompanhado por outros três seguranças -dois deles do consulado e o terceiro de um prédio vizinho.
De acordo com o depoimento de testemunhas, Vasconcellos saiu do carro gritando com Parente -"você que roubou, você que roubou". Depois, o agrediu com golpes de um cassetete.
Parente teria então tentando fugir. Na fuga, recebeu um tiro de revólver calibre 38 nas costas. O tiro, de acordo com as testemunhas, foi disparado por Vasconcellos, que voltou para o carro, deixando o local em disparada.
Um carro da polícia civil que fazia ronda pela área foi chamado por outros garotos de programa que tentavam ajudar Parente.
Poucos minutos depois, os policiais encontraram o Gol branco estacionado em frente ao consulado dos EUA. Depois de quase uma hora de negociação, os seguranças deixaram o prédio. A sede do consulado é considerada território norte-americano e, por isso, os policiais não podiam entrar para prendê-los.
As armas dos seguranças foram recolhidas para serem periciadas.
Apenas Vasconcellos foi indiciado pelo crime. No início da tarde ele foi transferido para a carceragem da Polinter, na zona portuária. Os outros três seguranças - Alex da Silva Almeida e Geraldo Barbosa Marques, do consulado, e Mauro Cesar de Jesus Severiano, que trabalhava no prédio próximo- prestaram depoimento como testemunhas.
O delegado Wallace Capdeville Breyer, da 5� DP, disse que, embora os outros três seguranças não tenham sido enquadrados como participantes do crime, eles ainda podem ser indiciados.
"Eles não têm poder de polícia e não podem fazer rondas armados, revistar nem pedir documentos", explicou Breyer.
Ontem à tarde, seguranças de plantão no consulado informaram que a ronda normal que eles fazem é restrita à área do prédio.
A segurança do consulado é feita pela empresa United International Investigative Services do Brasil. Nenhum dos dirigentes da empresa foi encontrado.
No consulado, em recesso de fim-de-semana, o funcionário que atendeu o telefone disse que não poderia dar informações sobre o caso.


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