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VIOLÊNCIA
Testemunhas dizem que guarda do consulado dos EUA no Rio agrediu e atirou em garoto de programa
Segurança de consulado é preso após morte
ALEXANDRE MARON
da Sucursal do Rio
O segurança do consulado dos
Estados Unidos no Rio André
Luiz Barbosa de Vasconcellos foi
preso em flagrante sob a acusação
de matar Sebastião da Costa Parente, 33. O crime aconteceu à
1h40 de ontem.
Segundo as testemunhas, Parente era garoto de programa e estava conversando com dois colegas, sentado na calçada da avenida Graça Aranha, quando foi
abordado por Vasconcellos.
Ele estava acompanhado por
outros três seguranças -dois deles do consulado e o terceiro de
um prédio vizinho.
De acordo com o depoimento
de testemunhas, Vasconcellos
saiu do carro gritando com Parente -"você que roubou, você
que roubou". Depois, o agrediu
com golpes de um cassetete.
Parente teria então tentando fugir. Na fuga, recebeu um tiro de
revólver calibre 38 nas costas. O
tiro, de acordo com as testemunhas, foi disparado por Vasconcellos, que voltou para o carro,
deixando o local em disparada.
Um carro da polícia civil que fazia ronda pela área foi chamado
por outros garotos de programa
que tentavam ajudar Parente.
Poucos minutos depois, os policiais encontraram o Gol branco
estacionado em frente ao consulado dos EUA. Depois de quase
uma hora de negociação, os seguranças deixaram o prédio. A sede
do consulado é considerada território norte-americano e, por isso,
os policiais não podiam entrar para prendê-los.
As armas dos seguranças foram
recolhidas para serem periciadas.
Apenas Vasconcellos foi indiciado pelo crime. No início da tarde ele foi transferido para a carceragem da Polinter, na zona portuária. Os outros três seguranças
- Alex da Silva Almeida e Geraldo Barbosa Marques, do consulado, e Mauro Cesar de Jesus Severiano, que trabalhava no prédio
próximo- prestaram depoimento como testemunhas.
O delegado Wallace Capdeville
Breyer, da 5� DP, disse que, embora os outros três seguranças não
tenham sido enquadrados como
participantes do crime, eles ainda
podem ser indiciados.
"Eles não têm poder de polícia e
não podem fazer rondas armados, revistar nem pedir documentos", explicou Breyer.
Ontem à tarde, seguranças de
plantão no consulado informaram que a ronda normal que eles
fazem é restrita à área do prédio.
A segurança do consulado é feita pela empresa United International Investigative Services do
Brasil. Nenhum dos dirigentes da
empresa foi encontrado.
No consulado, em recesso de
fim-de-semana, o funcionário
que atendeu o telefone disse que
não poderia dar informações sobre o caso.
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