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EDUCAÇÃO
Desempenho de estudante é afetado por vida familiar
ADRIANA SOUZA SILVA
da Reportagem Local
Gastos extras com aulas particulares, férias adiadas por causa
da recuperação. É fácil prever o
que acontece quando o filho não
consegue boas notas na escola.
Difícil é descobrir o porquê do seu
mau desempenho.
Problemas emocionais e de relacionamento familiar podem ser
a origem de tudo. Antes de responsabilizar o aluno, é preciso
que os pais façam uma auto-avaliação e descubram sua parcela de
culpa no problema.
Se a notícia da reprovação causa
surpresa, é sinal de que não há
acompanhamento das atividades
durante o ano. "Isso já seria uma
pista de que há algo errado na relação familiar", afirma Maria Isabel Leme Mattos, professora do
Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
Segundo ela, também há casos
em que a atenção é excessiva. A
criança se sente o centro do universo e acha que vai conseguir dos
professores as mesmas regalias
que conquista em casa.
Nesse caso, Mattos recomenda
que os pais estabeleçam limites.
"Não é ser chato, mas sim participativo. Mandar o filho fazer a lição e se oferecer para ajudá-lo são
maneiras diferentes de cobrar."
Para a publicitária Mônica dos
Santos Oliveira, as coisas na prática não são tão simples como ensinam os psicólogos. Mônica passa
a maior parte do seu tempo no
trabalho, longe do filho, Thiago,
7. "Não quero transformar as
poucas horas ao lado dele num
momento só de cobranças", diz.
Por conta das baixas notas durante o ano, Thiago repetiu a 1� série. Com a ajuda de especialistas, a
publicitária descobriu que o filho
tem dislexia (distúrbio neurológico que dificulta o aprendizado).
"Agora o entendo melhor", diz.
A psicopedagoga Silvia Amaral,
coordenadora da CAD (clínica especializada no desenvolvimento
da aprendizagem, em São Paulo),
considera que muitos pais vêem
na psicologia um último recurso à
solução do problema, quando deveria ser o primeiro.
"Há pais que acham a terapia algo para crianças anormais", diz.
Mas, para a mãe de Thiago, o
importante foi a opinião da criança. O filho concordou em receber
acompanhamento pedagógico e
no ano que vem passará a estudar
numa escola de período integral.
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