São Paulo, Segunda-feira, 20 de Dezembro de 1999


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Conseg propõe pacto pelo fim das invasões

Cristina Castelo Branco/Folha Imagem
Crianças brincam em uma sala do prédio na rua Líbero Badaró


da Reportagem Local

O Conselho de Segurança (Conseg) do Centro propõe que seja firmado um pacto entre os governos municipal e estadual para resolver a questão de moradia no centro da cidade, mas, em troca, quer que os movimentos de moradia parem com as invasões.
A idéia, do professor Attílio Piraíno Filho, do curso de gerente de cidade da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado), foi apresentada e aprovada na última reunião do conselho, dia 8.
Entretanto, desde a reunião, já houve três tentativas de invasão rechaçadas imediatamente pela PM, o que gerou temor entre os grupos de moradia de que possa ocorrer violência em novos embates entre policiais e sem-teto.
Em uma das desocupações promovidas pela PM na semana passada, três sem-teto foram presos.
"Estamos lutando por esse pacto, mas não vemos movimento na mesma direção por parte dos sem-teto. As invasões e as ameaças de invasões continuam, mas a sociedade civil organizada é maior que os sem-teto e o problema de moradia é apenas um dos problemas da cidade", afirmou o arquiteto e urbanista Mauro Friedhofer, 56, diretor de assuntos comunitários do Conseg Centro.
Friedhofer afirma que as invasões desrespeitam a Constituição Brasileira. "Como todos os cidadãos brasileiros, somos contra a invasão", diz o arquiteto. Na opinião do Conseg, a PM tem que continuar agindo da forma que está fazendo agora.
O vice-presidente da CDHU, Lázaro Piunti, afirma não ver orquestração nas últimas desocupações ocorridas no centro. "Só há determinação expressa do governador para desocupar em 24 horas prédios do Estado", disse.
Dos últimos quatro casos de desocupação, apenas um prédio, na rua do Carmo, é do Estado.

Desocupações
"Eu acho que essas desocupações são arquitetadas. É a democracia do cassetete", disse Luiz Gonzaga da Silva, do Movimento de Moradia do Centro.
"Se a PM prende o sem-teto, ela cria um fato político, o que desmotiva e desmoraliza as ocupações", disse Gonzaga da Silva.
Para Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares, os movimentos terão que discutir a questão e traçar novas estratégias. (MO)


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