|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cooperativado tem estrutura de apoio
DA REPORTAGEM LOCAL
"Com o meu trabalho, estou
contribuindo para a limpeza da
cidade e para a natureza", afirma
Carlos Alberto Santana, 40, catador há oito anos e membro da
Coopamare (Cooperativa de Catadores de Papel, Aparas e Materiais Reaproveitáveis).
Ele trabalha tanto quanto os catadores "autônomos", ganha praticamente a mesma coisa, mas diz
que, na cooperativa, as pessoas se
dão mais valor, tudo é discutido
em conjunto e há cursos de treinamento. "Por isso é melhor."
Santana passou a catar papel
quando perdeu o emprego de
porteiro, mas nem hesita em afirmar que não voltaria ao antigo
posto. "Tenho mais liberdade."
O trabalho nas ruas, porém, teve
como consequência um problema de pulmão que fez o catador
perder peso. "Só consigo carregar
até 300 kg porque sou fraco", diz.
"Quando a gente trabalha na
rua, sozinho, é muito mais fácil se
desestruturar e se envolver com
álcool e drogas", afirma Carlos
Roberto Fabrício, 48, o "Carlinhos", ex-presidente fundador da
Coopamare e atual diretor-tesoureiro da cooperativa.
"Eu fui resgatado", completa. A
Coopamare foi a primeira cooperativa de catadores do Brasil, criada em 89 por um grupo que trabalhava e vivia nas ruas.
Hoje, a maioria dos 82 membros têm casa e normas rígidas de
conduta, como não beber e não
faltar às reuniões semanais -o
que, para Carlinhos é o principal
fator de resistência dos catadores
"autônomos". "É difícil para eles
seguirem regras", diz.
(MV)
Texto Anterior: "Autônomos" resistem a cooperativa Próximo Texto: Cooperativa sofre rejeição Índice
|