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Moradores relatam uso de droga e ameaças
LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
ONLINE, NO RIO
Toques de recolher, revistas ilegais, tapas e
ameaças com arma fazem
parte da rotina implantada por militares no morro
da Providência desde que
o Exército começou a ocupar a favela, disseram moradores à Folha. Eles afirmaram ainda que alguns
militares consumiam drogas no alto do morro.
"De uns três meses para
cá, eles começaram a colocar toque de recolher",
afirma Alex de Oliveira,
um dos responsáveis pelas
obras do Cimento Social
na Providência.
As denúncias dos moradores não foram respondidas pontualmente pelo
Exército. O Comando Militar do Leste informou
que só se manifestaria por
meio de nota, na qual não
respondeu diretamente as
queixas dos moradores.
Pai de Wellington, um
dos três jovens mortos, o
estivador William Ferreira, 52, contou que já tinha
medo de que algo pudesse
acontecer com seu filho
por causa das ameaças.
Ele afirmou que via militares usando cocaína no
alto do morro.
Para simular tiroteios,
soldados disparam tiros
de locais diferentes do
morro, segundo contou a
dona-de-casa Angela Maria. "Fica um de um lado e
outro de outro disparando. Eles já expulsaram os
traficantes, não tem mais
que atirar."
"Até roubar eles estão
roubando, o que nunca tinha acontecido", disse
Nair Araújo Ferreira, avó
de Wellington. "Eles fazem igual à polícia. Revistam nossas bolsas, colocam os moradores na parede, olham a mochila de
crianças", disse a dona-de-casa Angela Maria, 55.
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