SORAYA AGÉGE
da Reportagem Local

A estátua do maestro Carlos Gomes, que fica em frente ao Teatro Municipal e seria o marco da "operação limpeza de monumentos", lançada segunda-feira pela Prefeitura de São Paulo, foi pichada na noite de anteontem.
O vandalismo aconteceu poucas horas depois de a administração concluir a limpeza do local.
A região do teatro é um dos pontos de onde as gangues partem para suas incursões noturnas (leia texto nesta pág.).
A limpeza da estátua simbolizava uma campanha de valorização da cidade, que o prefeito Celso Pitta (PTN) iniciou na última segunda-feira, de acordo o DPH (Departamento do Patrimônio Histórico) e a Secretaria das Administrações Regionais.

Como foi
Dois rapazes, identificados apenas como "Teia" e "VGN", cravaram as insígnias de suas gangues de pichadores na estátua por volta das 20h de anteontem.
Um policial militar fazia uma ronda perto do monumento, mas nem notou a ação rápida dos dois pichadores, que fizeram uso de um tubo de tinta em spray. Ao serem abordados pela reportagem, disseram que continuariam seu "rolê" noturno, agindo na zona leste da cidade.
"Enquanto for proibido, nós vamos pichar. Em uma semana essa estátua vai estar toda pintada de novo", disse um deles, identificado como Roberto "Teia", 24.
Líderes de gangues afirmam que a limpeza e a vigilância determinadas pela administração acirrarão a ação de cada grupo.
Arquitetos consultados pela reportagem também acreditam que o trabalho e os gastos da prefeitura serão inúteis se não forem feitos programas de educação.
O comandante da GCM (Guarda Civil Metropolitana), coronel Emílio Wagner Jorge, tinha informado na quinta-feira que todo monumento que fosse limpo receberia vigilância diuturna.
A prefeitura tem 54 guardas para 210 obras. Até as 17h de ontem, o comandante não tinha se manifestado sobre o caso da estátua de Carlos Gomes.



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