da Agência Folha, em Curitiba

Uma grande mancha de óleo vegetal pode chegar à costa e causar prejuízos ambientais na região da Cananéia, Juréia e Paranaguá, reservas ecológicas de mata atlântica localizadas nos Estados de São Paulo e Paraná.
A substância formava ontem uma mancha de coloração amarelada de 28 quilômetros de extensão, por 100 metros de largura e profundidade de 6 a 15 metros. Ela estava a 80 quilômetros da faixa de praia, em Cananéia (SP).
O material foi detectado na quinta-feira passada por um piloto da aviação comercial, que fazia a rota São Paulo-Curitiba. A suspeita é que um navio tenha jogado o produto ao mar, durante a lavagem dos porões.
Técnicos do governo do Paraná e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) sobrevoaram a mancha ontem e coletaram material para análise. Eles constataram que o material era óleo vegetal, menos agressivo ao meio ambiente que o mineral.
O diretor do Iap (Instituto Ambiental do Paraná), José Antônio Andraguetto, disse que os riscos de o óleo atingir a costa são pequenos, já que ontem a mancha se dirigia para o alto mar.
Mas se a mancha chegar à praia, a fauna poderá sofrer danos, segundo Andraguetto. "Mangues seriam atingidos, causando a morte de crustáceos e pássaros."
O agente de fiscalização Paulo Sérgio Ares disse que, no mar, o óleo não é tão prejudicial, porque os animais marinhos conseguem evitá-lo. Ele participou dos mergulhos que coletaram material para análise.
Além de técnicos do Ibama, participam da operação funcionários do Iap e da organização não-governamental Ecoplan, que cedeu barcos e mergulhadores para a inspeção.
O diretor regional do Ibama no Paraná, Murilo Marreco, disse que uma investigação vai tentar identificar o navio responsável pelo derramamento do óleo. "Não vai ser fácil porque várias embarcações utilizam aquela faixa do oceano", afirmou.


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