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Lobby de empresas aumentou com a mudança de secretário
da Reportagem Local
O decreto que altera a base de
cálculo do ISS é o resultado de um
forte lobby das empresas beneficiadas. A prefeitura classifica o
decreto como uma "parceria"
com as empresas.
"Isso (o decreto), no fundo, é
uma parceria entre a prefeitura e
as empresas", diz o secretário
Carlos de Souza Braga.
A Folha apurou que o lobby foi
intensificado após a saída de José
Antonio de Freitas da Secretaria
das Finanças, setembro passado.
Os sindicatos das empresas beneficiadas também atuavam na
Câmara Municipal para tentar
conseguir a redução das alíquotas
por meio de lei, mas o prefeito se
mostrou mais receptivo à idéia e
agiu mais rapidamente.
Em 30 de janeiro deste ano, dois
sindicatos publicaram anúncio na
imprensa paulista elogiando o decreto que ainda não tinha sido assinado pelo prefeito.
Parlamentares paulistanos avaliam que o decreto é muito mais
benéfico para as empresas que já
estão instaladas na capital do que
para as demais.
A redução da base de cálculo em
até 75% reproduz, na prática, os
mesmos efeitos de uma mudança
na alíquota de 5% para 1,25%. Alguns municípios da região metropolitana de São Paulo praticam
alíquotas de até 0,25%.
A reportagem tentou entrevistar os dirigentes de alguns sindicatos de empresas beneficiadas,
mas não obteve sucesso.
José Caboclo Neto, dono da
Profilm, diz que a redução não é
suficiente para fazer voltá-lo para
São Paulo. "Se a prefeitura quiser
atrair empresas, precisa praticar
as mesmas alíquotas das outras
cidades", afirma.
A Profilm presta serviços para a
prefeitura. Criada na capital em
84, mudou-se em 96 para Poá
(Grande São Paulo) atraída pela
alíquota de 0,25% de ISS -contra
5% pagos até então.
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