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Pitta deixa Fura-fila para próximo prefeito
CHICO DE GOIS
da Reportagem Local
Disposto a reduzir de 15 mil para 4 mil o número de perueiros legalizados na cidade, Celso Pitta
não tem uma solução imediata
para assegurar mais conforto e
melhor serviço no transporte aos
órfãos das lotações em São Paulo.
Sua principal bandeira de campanha, a construção do Fura-fila,
não vai ser entregue à população
em seu mandato. A afirmação é
do próprio prefeito. Esta semana,
ele disse que a previsão é de que o
Fura-fila comece a operar experimentalmente em agosto. Comercialmente, no entanto, segundo o
prefeito, a operação só acontecerá
a partir do próximo ano.
Os principais pré-candidatos à
sucessão de Pitta também não se
mostram muito interessados em
levar adiante a bandeira do Fura-fila. Quando muito, admitem
apenas terminar o primeiro trecho. A solução mais comum
apontada pelos pré-candidatos é
uma união com o Estado para a
construção de metrô ou a criação
de novos corredores de ônibus.
Na área de transporte, além da
confusão envolvendo a circulação
de lotações, que saltaram de aproximadamente 5 mil, em 1997, para cerca de 15 mil, atualmente, Pitta também não avançou na construção dos corredores -as verbas destinadas nos orçamentos
foram sistematicamente remanejadas para cobrir subsídio ao sistema de transporte.
Mesmo o novo sistema de concessão de ônibus, idealizado pelo
prefeito e cuja concorrência está
em andamento, só deverá ter seus
efeitos práticos no ano que vem.
Desde que assumiu a prefeitura,
em 1997, o prefeito vem agendando datas para inauguração do Fura-fila, que acabam não acontecendo. Ainda em campanha, disse que entregaria em 1998 o primeiro trecho, entre o Sacomã e o
parque D. Pedro, numa extensão
de 8,5 quilômetros.
Depois voltou a alterar a data.
Nas eleições para governador de
1998, prometeu que concluiria a
primeira etapa "em setembro ou
outubro". A promessa fazia parte
de uma estratégia para tentar eleger seu ex-padrinho político, o ex-prefeito Paulo Maluf, que se candidatou à cadeira do governador
Mário Covas.
O calendário não foi cumprido.
Outro cronograma foi traçado e a
nova expectativa ficou para julho
do ano passado. Mais uma vez a
afirmação ficou na promessa.
O prefeito afirmou ontem que
apesar da demora na entrega do
Fura-fila, considera que cumpriu
sua promessa de campanha.
De acordo com Pitta, as obras
não andaram em um ritmo mais
rápido porque no ano passado ele
retirou verbas de seu projeto eleitoral e repassou para as frentes de
trabalho.
"Muita coisa poderia ter sido
entregue antes, mas temos de administrar os recursos e as prioridades de acordo com as circunstâncias", disse o prefeito.
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