São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2000


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Pitta deixa Fura-fila para próximo prefeito

CHICO DE GOIS
da Reportagem Local

Disposto a reduzir de 15 mil para 4 mil o número de perueiros legalizados na cidade, Celso Pitta não tem uma solução imediata para assegurar mais conforto e melhor serviço no transporte aos órfãos das lotações em São Paulo.
Sua principal bandeira de campanha, a construção do Fura-fila, não vai ser entregue à população em seu mandato. A afirmação é do próprio prefeito. Esta semana, ele disse que a previsão é de que o Fura-fila comece a operar experimentalmente em agosto. Comercialmente, no entanto, segundo o prefeito, a operação só acontecerá a partir do próximo ano.
Os principais pré-candidatos à sucessão de Pitta também não se mostram muito interessados em levar adiante a bandeira do Fura-fila. Quando muito, admitem apenas terminar o primeiro trecho. A solução mais comum apontada pelos pré-candidatos é uma união com o Estado para a construção de metrô ou a criação de novos corredores de ônibus.
Na área de transporte, além da confusão envolvendo a circulação de lotações, que saltaram de aproximadamente 5 mil, em 1997, para cerca de 15 mil, atualmente, Pitta também não avançou na construção dos corredores -as verbas destinadas nos orçamentos foram sistematicamente remanejadas para cobrir subsídio ao sistema de transporte.
Mesmo o novo sistema de concessão de ônibus, idealizado pelo prefeito e cuja concorrência está em andamento, só deverá ter seus efeitos práticos no ano que vem.
Desde que assumiu a prefeitura, em 1997, o prefeito vem agendando datas para inauguração do Fura-fila, que acabam não acontecendo. Ainda em campanha, disse que entregaria em 1998 o primeiro trecho, entre o Sacomã e o parque D. Pedro, numa extensão de 8,5 quilômetros.
Depois voltou a alterar a data. Nas eleições para governador de 1998, prometeu que concluiria a primeira etapa "em setembro ou outubro". A promessa fazia parte de uma estratégia para tentar eleger seu ex-padrinho político, o ex-prefeito Paulo Maluf, que se candidatou à cadeira do governador Mário Covas.
O calendário não foi cumprido. Outro cronograma foi traçado e a nova expectativa ficou para julho do ano passado. Mais uma vez a afirmação ficou na promessa.
O prefeito afirmou ontem que apesar da demora na entrega do Fura-fila, considera que cumpriu sua promessa de campanha.
De acordo com Pitta, as obras não andaram em um ritmo mais rápido porque no ano passado ele retirou verbas de seu projeto eleitoral e repassou para as frentes de trabalho.
"Muita coisa poderia ter sido entregue antes, mas temos de administrar os recursos e as prioridades de acordo com as circunstâncias", disse o prefeito.



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