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RIO
Dona-de-casa afirma que duas das vítimas não eram criminosos; no confronto, dois policiais foram feridos e um morreu
Polícia mata 11 supostos traficantes
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Doze pessoas morreram durante operação policial na manhã de
ontem nas favelas do Rebu e da
Coréia, em Senador Camará, na
zona oeste do Rio. De acordo com
a Polícia Civil, entre os mortos estão 11 supostos traficantes e um
policial militar. Foi a segunda matança ocorrida no Rio nos primeiros dez dias de governo de Rosinha Matheus (PSB).
No confronto, dois policiais civis foram baleados e estão internados no hospital Souza Aguiar
(centro), um em estado grave.
Segundo o secretário estadual
de Segurança Pública, coronel Josias Quintal, a operação foi montada para cumprir mandados de
prisão contra quatro supostos traficantes das duas favelas. Entre
eles estava Róbson André da Silva, 28, o Robinho Pinga, apontado como o chefe do tráfico na região ligado ao Terceiro Comando.
Pinga, de acordo com a polícia, foi
baleado, mas conseguiu fugir.
Dois PMs, sendo um deles do
Bope (Batalhão de Operações Especiais), foram presos acusados
de pertencer à quadrilha de traficantes. Outros cinco supostos criminosos também foram presos.
Quintal afirmou que a "ação da
polícia foi legal" e que novas mortes ocorrerão se os criminosos
voltarem a desafiar a polícia. "Claro que não queríamos que houvesse mortes, mas isso é esperado
quando há enfrentamento."
A operação começou por volta
das 8h e contou com a participação de 270 policiais civis de várias
delegacias especializadas. Os policiais invadiram uma casa onde a
quadrilha estava escondida e foram recebidos a tiros de fuzil e
granadas. Houve revide. Seis homens e um policial civil morreram no interior da casa.
Outros três supostos traficantes
foram mortos quando tentavam
escapar -um deles tentou jogar
uma granada nos policiais, mas o
artefato explodiu em sua mão,
mutilando-o; os demais foram
mortos na linha férrea que passa
pela favela. Outros dois morreram no hospital.
A dona da casa invadida, Clenir
do Amaral Sales, afirmou que os
policiais mataram seu genro André Cassiano, 22, e o sobrinho
Tiago Ribeiro, 17. Segundo ela,
nenhum dos dois tinha envolvimento com o tráfico.
Sales afirmou que os traficantes
invadiram sua casa por volta das
5h30 alegando que teriam que se
esconder da polícia.
A dona-de-casa disse que ela, a
filha e uma amiga, além do genro
e do sobrinho, foram trancados
pelos criminosos no quarto.
Sales afirmou também que,
quando a polícia chegou, os policiais pediram para que todas as
mulheres deixassem a casa. O
genro e o sobrinho teriam tentado
sair junto e acabaram mortos.
O cabo PM Vítor Ricardo Domingues foi baleado no tiroteio e
morreu dentro da casa. Já o inspetor Richard Trabaque Oliveira levou um tiro na cabeça e está em
estado gravíssimo.
O policial Cristiano Gleic Higino, do Bope, rasgou um mandado
de prisão e baleou o inspetor Fernando dos Reis quando este entrou na sua casa para procurar os
traficantes. Reis está internado,
mas não corre risco de morte.
Higino foi preso com o irmão, o
PM Diones Higino. A dupla é suspeita de integrar o grupo de traficantes do Rebu e da Coréia.
Colaborou HENRI CARRIÈRES, da Sucursal do Rio
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