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CLIMA
Índice foi de apenas 14%, igualando recorde registrado em outras duas ocasiões; frente fria deve amenizar situação
São Paulo tem umidade mais baixa desde 97
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
A umidade do ar em São Paulo
chegou ontem ao nível mais baixo
já registrado na capital: 14%. A cidade só havia alcançado esse índice nos dias 1� e 2 de setembro de
1997 e em 1963, segundo o Inmet
(Instituto Nacional de Meteorologia), que mede o indicador desde
1961. Abaixo de 12%, o estado é de
emergência. Atividades ao ar livre, por exemplo, devem ser interrompidas das 10h às 16h.
Hoje a umidade do ar deve aumentar um pouco e ficar entre
20% e 30% -o normal é que esse
índice seja de aproximadamente
50% ao longo do dia.
A melhora em relação a ontem
se deve à aproximação de uma
frente fria vinda do Sul do país,
que deve baixar a temperatura e
elevar a umidade no Estado neste
fim de semana. Mas a população
só deve sentir realmente as mudanças no clima no domingo, segundo o meteorologista Leandro
della Vedova, do Inmet.
A expectativa é que os índices de
umidade sejam normalizados e a
temperatura caia para 25C no
domingo. Ontem, os termômetros registraram 32,7C na cidade.
Mas essa frente fria não garante
que o conforto dure muito tempo.
"Ela não está muito forte, deve
trazer pouca precipitação [chuva]
e é provável que, após a passagem
dela, o ar volte a ficar seco", afirma Vedova.
Os índices de umidade registrados ontem pelo CGE (Centro de
Gerenciamento de Emergências),
da Prefeitura de São Paulo, são
ainda mais preocupantes: 7%, o
mais baixo da cidade, na Freguesia do Ó (zona norte).
A baixa umidade pode levar a
complicações respiratórias e irritação ocular, entre outros sintomas. Segundo o diretor do hospital municipal infantil Menino Jesus, Antonio Carlos Madeira, aumentou em 20% nesta semana o
número de casos atendidos no
pronto-socorro da entidade relacionados a problemas respiratórios. De 300 atendimentos diários,
a instituição passou para 350, em
média. Destes, cerca de 60% são
relacionados problemas respiratórios. "As mais atingidas são as
crianças que já têm problemas,
como bronquite", afirma.
Segundo ele, os sintomas desaparecem um ou dois dias após a
regularização climática.
Ozônio
Aliada à baixa umidade, a poluição do ar tem piorado a situação
dos paulistanos. Ontem, a Cetesb
(agência ambiental paulista)
manteve o estado de atenção no
Ibirapuera devido à alta concentração de ozônio na atmosfera. O
ozônio é um gás tóxico que pode
provocar irritação nos olhos, na
garganta, no nariz, além de náuseas, dor de cabeça, tosse, fadiga e
problemas respiratórios.
Também devido ao poluente, as
regiões Mauá (Grande SP), São
Miguel Paulista (zona leste da capital) e Capuava (Santo André, na
Grande SP) entraram em estado
de atenção. As condições meteorológicas de hoje não são favoráveis à dispersão dos poluentes.
Já as regiões de Santana (zona
norte), Mooca (zona leste) e Paulínia (126 km de São Paulo), que
haviam entrado em estado de
atenção anteontem, voltaram a
registrar índices normais.
A estação da Cetesb chegou a registrar anteontem à tarde uma
concentração de 203 microgramas de ozônio por m3 de ar em
Paulínia. O limite aceito pela
companhia é de 160 microgramas
por m3 de ar.
A qualidade do ar foi classificada como "má" pelo órgão anteontem. Ontem estava regular.
De acordo com a Cetesb, o pólo
petroquímico de Paulínia é o
principal responsável pelos elevados níveis de ozônio no ar, principalmente as indústrias que atuam
na queima de combustíveis, como
gasolina e óleo diesel.
O ozônio pode ser formado tanto por produtos de combustão de
fontes fixas, como a indústria petroquímica, quanto por fontes
móveis, como os veículos.
Colaborou a Agência Folha
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