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CAMPO MINADO
Em fevereiro, um PM foi assassinado em PE
17 sem-terra são indiciados por crime em assentamento do MST
DA AGÊNCIA FOLHA
O delegado regional de Palmares (PE), Antônio Carlos Câmara,
indiciou na quarta-feira 17 integrantes do MST por homicídio,
tortura, cárcere privado e danos
materiais no inquérito em que investigou o assassinato de um soldado e a tortura de um sargento
da Polícia Militar, crimes cometidos no dia 5 de fevereiro em um
assentamento controlado pelo
MST, em Pernambuco.
O inquérito foi enviado para
análise e parecer do Ministério
Público Estadual. Nele, o delegado também pede a prisão preventiva de 8 dos 17 indiciados. Cinco
deles já estão detidos.
Entre eles, estão os ex-dirigentes
do MST e irmãos José Ricardo e
José Sérgio de Oliveira Rodrigues,
apontados pelo próprio movimento como os responsáveis pelos crimes. Cabe agora ao Ministério Público oferecer ou não denúncia -acusação formal- à
Justiça contra os indiciados. A
partir disso, o caso é transformado num processo.
Jaime Amorim, líder do MST
em Pernambuco, disse que advogados trabalham para separar "os
trabalhadores envolvidos lá no
momento do acontecimento e os
que não têm vínculo nenhum
com a quadrilha de [José] Ricardo
[de Oliveira Rodrigues]."
Suspeito de integrar uma quadrilha especializada em roubo de
cargas, Ricardo foi perseguido
por três PMs no sábado de Carnaval, até o assentamento Bananeira, em Quipapá (200 km de Recife), de acordo com a polícia. Os
PMs estavam à paisana, num Fiat
Uno branco. Ao chegar ao assentamento, Ricardo pediu socorro a
outros integrantes do movimento, dizendo que seus perseguidores queriam matá-lo.
Um grupo de trabalhadores rurais correu para ajudá-lo. No conflito, o soldado Luiz Pereira da Silva foi baleado e morreu. O sargento Cícero Jacinto da Silva foi
amarrado e feito refém por algumas horas. O terceiro policial, soldado Adilson Alves Aroeira, fugiu
e pediu reforço.
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