DA SUCURSAL DO RIO

O advogado do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, afirmou ontem no Rio que seu cliente está vivo e que não estava a bordo da aeronave destruída pela Força Aérea Colombiana em Vaupés, próximo à fronteira com o Brasil.
"Ele está vivinho da Silva", disse o advogado Lydio da Hora. O advogado afirmou que seu cliente se comunicou com ele, por telefone, na sexta-feira e no sábado.
"Ele viu a notícia (de que poderia ter morrido), achou graça e ainda comentou: "O senhor devia ter confirmado"."
Para Lydio da Hora, que defende o traficante há 12 anos, Beira-Mar "será o novo Matusalém e viverá mil anos".
A notícia de uma possível morte de Beira-Mar, que tem quatro condenações por narcotráfico, surgiu no sábado, num informe que o serviço de inteligência militar colombiano repassou às autoridades brasileiras.
Segundo o informe, o traficante estaria num avião de prefixo brasileiro destruído na última quarta-feira numa pista clandestina, em área de atuação dos guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
O secretário da Segurança Pública do Rio de Janeiro, Josias Quintal, também afirmou duvidar que Fernandinho Beira-Mar esteja morto. Segundo Quintal, a propagação de tal boato seria interessante para o traficante, pois acarretaria um relaxamento do cerco que a polícia vem fazendo a ele nos últimos meses.
O secretário informou ainda que a perseguição a Beira-Mar só será suspensa se a morte do traficante for "comprovada por exame de DNA".
Os rumores de que Beira-Mar estaria na Colômbia, onde trocaria armas por drogas, existem desde meados do ano passado. Ele teria fugido para lá depois de tentativas infrutíferas da Polícia Federal de prendê-lo no Paraguai.
Há três meses, o próprio Josias Quintal esteve na Colômbia, com a esperança de trazer o traficante preso. Desde o ano passado, 25 supostos integrantes da quadrilha do traficante foram detidos, dos quais oito foram condenados, incluindo duas irmãs de Beira-Mar.
Segundo as investigações da Polícia Federal, do Ministério Público do Rio e da CPI do Narcotráfico, Luiz Fernando da Costa seria um grande atacadista de drogas, responsável pelo abastecimento da região Sudeste do Brasil, sobretudo dos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais.


Texto Anterior: Brasileiro não quer trabalhar no interior
Próximo Texto: Consumo: Proposta de agência federal recebe críticas
Índice