São Paulo, segunda-feira, 08 de janeiro de 2001

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OUTRO LADO
Brasileiro não quer trabalhar no interior

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RIO BRANCO

Para o governador do Acre, Jorge Viana (PT), Brasil, Peru e Bolívia precisam fazer um acordo para facilitar a habilitação de médicos nas regiões fronteiriças e resolver o problema da falta de registro.
Segundo ele, o salário de R$ 6.000 oferecido hoje pelo governo estadual não consegue manter por mais de um ano médicos do Sul e do Sudeste no interior do Acre.
"As prefeituras e o Estado ficam em uma situação muito difícil, pois não há médicos brasileiros com interesse em trabalhar no interior do Acre. Afastar os estrangeiros irregulares é fácil, mas o problema virá depois com a falta de profissionais para atender os pacientes nessas cidades."
O crescimento do número de médicos clandestinos no Acre pode ser explicado pela falta de mão-de-obra especializada disponível no Estado, segundo o presidente do CFM, Edson de Oliveira Andrade. Para ele, além da compensação financeira, deveria haver outros atrativos aos profissionais que saem do Sul e do Sudeste para trabalhar no interior de Estados do Norte e do Nordeste.
"Não basta para o médico receber um alto salário. Tem de haver estrutura à espera desse profissional, como escolas para a educação adequada de seus filhos e atividades de lazer."
De acordo com o presidente do CRM do Acre, Ricardo Camarão, a maioria dos profissionais que se dispõe a trabalhar no interior do Acre retornam aos seus Estados antes de completar um ano.
Para o presidente do CRM, o fato de o Acre não possuir uma faculdade de medicina também colabora na diminuição do número de profissionais à disposição. (EDS)



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