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Moradores querem indenização
DA SUCURSAL DO RIO
A contaminação por "pó-de-broca" na Cidade dos Meninos é
um inimigo invisível do qual alguns moradores admitem ter medo, mas que, para outros, não é
visto como um risco.
A professora de geografia Carmem da Silva, 35, seu marido, pais
e irmãos foram os únicos a se mudarem de lá quando souberam da
contaminação.
Na época, Carmem estava grávida do primeiro filho (que perdeu durante a gestação). Depois,
ela ainda teve três abortos. Em
março, teve um bebê prematuro,
que morreu de hemorragia.
Quando foi descoberto o depósito de "pó-de-broca" a céu aberto, havia 1.660 moradores na Cidade dos Meninos e cerca de 1.500
crianças carentes no Abrigo do
Cristo Redentor, da extinta LBA, a
2 km da fábrica do inseticida.
Cerca de 30 moradores, incluindo Carmem, estão na Justiça desde 92, pedindo indenizações da
União. Só em maio, a Justiça nomeou um perito para o caso.
As autoridades tentam rastrear
onde estão aquelas crianças para
acompanhar seu estado de saúde,
já que estudos constataram contaminação em 29% delas. Uma
outra pesquisa, da Unicamp, com
uma amostra de mais de 300 moradores achou contaminação em
86% deles.
Já o técnico em telecomunicações Marcelo Mota da Silva, 30,
que mora na Cidade dos Meninos
desde que nasceu, acha que não
dá para relacionar diretamente
problemas de saúde ao "pó de
broca". "Dor de cabeça e alergia
todo mundo tem", diz.
(IC)
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