São Paulo, segunda-feira, 08 de janeiro de 2001

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Moradores querem indenização

DA SUCURSAL DO RIO

A contaminação por "pó-de-broca" na Cidade dos Meninos é um inimigo invisível do qual alguns moradores admitem ter medo, mas que, para outros, não é visto como um risco.
A professora de geografia Carmem da Silva, 35, seu marido, pais e irmãos foram os únicos a se mudarem de lá quando souberam da contaminação.
Na época, Carmem estava grávida do primeiro filho (que perdeu durante a gestação). Depois, ela ainda teve três abortos. Em março, teve um bebê prematuro, que morreu de hemorragia.
Quando foi descoberto o depósito de "pó-de-broca" a céu aberto, havia 1.660 moradores na Cidade dos Meninos e cerca de 1.500 crianças carentes no Abrigo do Cristo Redentor, da extinta LBA, a 2 km da fábrica do inseticida.
Cerca de 30 moradores, incluindo Carmem, estão na Justiça desde 92, pedindo indenizações da União. Só em maio, a Justiça nomeou um perito para o caso.
As autoridades tentam rastrear onde estão aquelas crianças para acompanhar seu estado de saúde, já que estudos constataram contaminação em 29% delas. Uma outra pesquisa, da Unicamp, com uma amostra de mais de 300 moradores achou contaminação em 86% deles.
Já o técnico em telecomunicações Marcelo Mota da Silva, 30, que mora na Cidade dos Meninos desde que nasceu, acha que não dá para relacionar diretamente problemas de saúde ao "pó de broca". "Dor de cabeça e alergia todo mundo tem", diz. (IC)


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