São Paulo, segunda-feira, 08 de janeiro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VESTIBULAR
Fuvest registrou abstenção de 6,95% no 1� dia da segunda fase
Candidatos consideram prova de português fácil

PAULA LAGO
FERNANDO TADEU SANTOS


DA REPORTAGEM LOCAL

A prova de língua portuguesa foi considerada fácil pela maioria dos candidatos no primeiro dia de exame da segunda fase da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular).
O estudante André Toshiaki Murakoshi, 19, que tenta uma vaga em farmácia e bioquímica, foi o primeiro a terminar a prova na Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo). "Não estava difícil, o tema da redação era claro e atual. Só as questões de literatura exigiram mais da memória dos candidatos."
Para Joselina Lima Saraiva, 24, candidata de letras, o grande inimigo foi o calor. "A prova estava mais justa que a da primeira fase. O problema foi que ventilador estava quebrado e ficou tão abafado que foi impossível continuar mais tempo na sala", disse.
No exame de ontem, o de língua portuguesa -único obrigatório para os 27.180 candidatos que passaram para a segunda fase-, todos tiveram uma redação e mais dez questões de português, com gramática e literatura.
Professores ouvidos pela Folha concordam com a avaliação dos candidatos. "A prova estava mais fácil do que se esperava. Predominou Guimarães Rosa nas questões de literatura", disse Célia Passoni, professora de português e literatura do curso Etapa.
Sobre a redação, cujo tema foi o neonazismo e o neofascismo, a professora Maria Aparecida Custódio, do curso Objetivo, acredita que o candidato não tenha sentido grandes dificuldades. "É um assunto fácil, que o jovem aprecia discutir. A banca espera que o candidato tenha tomado uma posição, seja qual for, e argumente de forma consistente."
"As questões de gramática foram inteligentes e criativas, dentro do que era cabível esperar de estudantes egressos do ensino médio", disse Fernando Teixeira, professor do Objetivo.

Abstenção
O índice geral de abstenção na primeira prova da segunda fase foi de 6,95 %, o que representou a ausência de 1.889 dos 27.180 candidatos convocados para a segunda fase. Em 2000, o índice foi de 7,19%. Em São Paulo e na região metropolitana, a abstenção chegou a 6,04%, e no interior do Estado foi de 8,38%.
Mesmo quem perdeu a prova ontem não está eliminado. "Isso só acontece quando o candidato falta ou tira zero em mais de 50% das provas exigidas em sua carreira", disse José Coelho Sobrinho, coordenador da Fuvest.
Um desses atrasados foi Alessandro Giorgio Cavalini, 21, candidato ao curso de engenharia agronômica.
Cavalini chegou um minuto após o fechamento dos portões no colégio Dante Alighieri. "Bobeei, deixando para sair de casa muito próximo do horário, mas acho que dá para recuperar o prejuízo nos outros exames."
As provas de aptidão e de habilidade específica também começam hoje para os candidatos do curso de artes cênicas da USP e terminam na sexta-feira, para quem vai fazer arquitetura.


Texto Anterior: Livros jurídicos - Walter Ceneviva
Próximo Texto: Folha publica amanhã a prova resolvida
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.