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EXPLORAÇÃO SEXUAL
Quadrilha enviaria garotas para prostíbulos espanhóis
PF investiga tráfico de mulheres
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM S. JOSÉ DOS CAMPOS
A Polícia Federal em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo,
investiga uma quadrilha que atua
no aliciamento de brasileiras para
trabalharem como prostitutas na
Espanha. Pelo menos 30 mulheres já teriam embarcado para o
país europeu por meio do esquema, apenas neste ano.
Segundo o delegado titular da
PF de São Sebastião, José Pinto de
Luna, uma das ramificações do
bando atua em Mogi das Cruzes e
Suzano, na Grande São Paulo, e
em Jacareí, no Vale do Paraíba,
onde as mulheres foram aliciadas.
A maioria já trabalhava como
garota de programa nessas cidades. Elas teriam sido convidadas a
trabalhar em prostíbulos de Madri com a promessa de ganhos
bem superiores aos obtidos no
Brasil. O dinheiro para a passagem e demais despesas com a viagem, como passaporte, seria enviado da Espanha. Uma vez naquele país e endividada com a
quadrilha, a garota tem o passaporte tomado pelos criminosos e
fica obrigada a trabalhar para devolver o dinheiro.
A PF começou a suspeitar da
existência de um esquema após
constatar uma quantidade incomum de mulheres daquelas cidades procurando a delegacia de
São Sebastião em busca de passaporte. Foram mais de 30 mulheres
em um período de três meses.
O delegado Luna afirma que,
durante as entrevistas, era constatado que as mulheres requeriam o
passaporte com o objetivo de viajar a Madri. "Primeiro, as mulheres alegavam que trabalhariam
como professoras de ginástica ou
de dança na Espanha. Mas, em seguida, algumas delas acabaram
confessando que trabalhariam
como prostitutas e confirmaram
a existência do esquema."
Segundo ele, algumas das mulheres informaram ter recebido
R$ 7.000 da quadrilha para despesas da viagem. A promessa dos
criminosos era de que na Espanha
o trabalho como prostituta renderia até US$ 3.000 por mês.
"Fizemos inclusive um trabalho
de conscientização. Mesmo assim, todas mantiveram a intenção
de seguir para a Espanha. E não
podemos negar o passaporte a
elas", afirmou Luna.
Para o delegado, "já está claro
que o esquema existe. O nosso objetivo é prender os aliciadores. Alguns deles, que atuam em Mogi
das Cruzes e Jacareí, já estão sendo identificados. E a polícia espanhola também já foi informada de
que o nosso inquérito está em andamento".
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