São Paulo, segunda-feira, 05 de dezembro de 2005

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EXPLORAÇÃO SEXUAL

Quadrilha enviaria garotas para prostíbulos espanhóis

PF investiga tráfico de mulheres

FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM S. JOSÉ DOS CAMPOS

A Polícia Federal em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, investiga uma quadrilha que atua no aliciamento de brasileiras para trabalharem como prostitutas na Espanha. Pelo menos 30 mulheres já teriam embarcado para o país europeu por meio do esquema, apenas neste ano.
Segundo o delegado titular da PF de São Sebastião, José Pinto de Luna, uma das ramificações do bando atua em Mogi das Cruzes e Suzano, na Grande São Paulo, e em Jacareí, no Vale do Paraíba, onde as mulheres foram aliciadas.
A maioria já trabalhava como garota de programa nessas cidades. Elas teriam sido convidadas a trabalhar em prostíbulos de Madri com a promessa de ganhos bem superiores aos obtidos no Brasil. O dinheiro para a passagem e demais despesas com a viagem, como passaporte, seria enviado da Espanha. Uma vez naquele país e endividada com a quadrilha, a garota tem o passaporte tomado pelos criminosos e fica obrigada a trabalhar para devolver o dinheiro.
A PF começou a suspeitar da existência de um esquema após constatar uma quantidade incomum de mulheres daquelas cidades procurando a delegacia de São Sebastião em busca de passaporte. Foram mais de 30 mulheres em um período de três meses.
O delegado Luna afirma que, durante as entrevistas, era constatado que as mulheres requeriam o passaporte com o objetivo de viajar a Madri. "Primeiro, as mulheres alegavam que trabalhariam como professoras de ginástica ou de dança na Espanha. Mas, em seguida, algumas delas acabaram confessando que trabalhariam como prostitutas e confirmaram a existência do esquema."
Segundo ele, algumas das mulheres informaram ter recebido R$ 7.000 da quadrilha para despesas da viagem. A promessa dos criminosos era de que na Espanha o trabalho como prostituta renderia até US$ 3.000 por mês.
"Fizemos inclusive um trabalho de conscientização. Mesmo assim, todas mantiveram a intenção de seguir para a Espanha. E não podemos negar o passaporte a elas", afirmou Luna.
Para o delegado, "já está claro que o esquema existe. O nosso objetivo é prender os aliciadores. Alguns deles, que atuam em Mogi das Cruzes e Jacareí, já estão sendo identificados. E a polícia espanhola também já foi informada de que o nosso inquérito está em andamento".


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