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"Centro foi atropelado pela procura"
DA REPORTAGEM LOCAL
A grande procura de casais inférteis por tratamento de fertilização foi o principal fator de entrave
do centro de reprodução do HC.
A avaliação é do urologista Sami
Arap, mentor do projeto e que foi
médico particular do governador
Mário Covas, que liberou as verbas para o centro.
Em 2003, 8.000 casais se inscreveram para se tratar no local. "Fomos atropelados pela imensa procura", afirmou Arap, que há um
ano e meio se aposentou do HC.
Segundo ele, o HC nunca teve a
pretensão de atender todos os casais inférteis do SUS, embora admita que, no início, não foram definidos critérios éticos e científicos que limitassem as inscrições.
Ele nega que tenha havido uso
político ou qualquer interesse
pessoal na condução dos trabalhos. "Houve um grande avanço
do ensino e da pesquisa."
Arap diz que o fato de a gestão
do centro ficar dividida entre a ginecologia e a urologia atravancou
os trabalhos. "Problema houve e
sempre haverá."
Porém, ele nega que tenha tido
conflitos políticos com o ginecologista José Aristodemo Pinotti,
com quem dividia a gestão do
centro até o ano passado.
Pinotti diz o mesmo. "Somos
amigos. Jogamos pólo aquático
juntos", afirma o atual secretário
da Educação do município.
Para Pinotti, o professor Miguel
Srougi tem toda a razão nas críticas. "O centro tem de começar de
novo, de um jeito sério. Eu tinha
um serviço [de reprodução no
HC] que funcionava. Aí a urologia
quis fazer outro, o governo financiou, e o meu foi desativado. Eu
acompanhei pouco o que aconteceu. Atuava mais no sentido de
corrigir algumas distorções."
Entre as "distorções", diz ele, estavam a restrição do atendimento
à mulher mais velha e o atendimento a particulares, práticas defendidas pela urologia.
(CC)
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