São Paulo, segunda-feira, 05 de dezembro de 2005

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"Centro foi atropelado pela procura"

DA REPORTAGEM LOCAL

A grande procura de casais inférteis por tratamento de fertilização foi o principal fator de entrave do centro de reprodução do HC. A avaliação é do urologista Sami Arap, mentor do projeto e que foi médico particular do governador Mário Covas, que liberou as verbas para o centro.
Em 2003, 8.000 casais se inscreveram para se tratar no local. "Fomos atropelados pela imensa procura", afirmou Arap, que há um ano e meio se aposentou do HC.
Segundo ele, o HC nunca teve a pretensão de atender todos os casais inférteis do SUS, embora admita que, no início, não foram definidos critérios éticos e científicos que limitassem as inscrições.
Ele nega que tenha havido uso político ou qualquer interesse pessoal na condução dos trabalhos. "Houve um grande avanço do ensino e da pesquisa."
Arap diz que o fato de a gestão do centro ficar dividida entre a ginecologia e a urologia atravancou os trabalhos. "Problema houve e sempre haverá."
Porém, ele nega que tenha tido conflitos políticos com o ginecologista José Aristodemo Pinotti, com quem dividia a gestão do centro até o ano passado.
Pinotti diz o mesmo. "Somos amigos. Jogamos pólo aquático juntos", afirma o atual secretário da Educação do município.
Para Pinotti, o professor Miguel Srougi tem toda a razão nas críticas. "O centro tem de começar de novo, de um jeito sério. Eu tinha um serviço [de reprodução no HC] que funcionava. Aí a urologia quis fazer outro, o governo financiou, e o meu foi desativado. Eu acompanhei pouco o que aconteceu. Atuava mais no sentido de corrigir algumas distorções."
Entre as "distorções", diz ele, estavam a restrição do atendimento à mulher mais velha e o atendimento a particulares, práticas defendidas pela urologia. (CC)


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