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Diarista de 42 anos é cortada da fila
DA REPORTAGEM LOCAL
No último 25 de outubro, a diarista Aparecida Potente chegou
otimista para uma consulta no
HC. Aos 42 anos e esperando desde 2001 a chance de fazer uma fertilização in vitro na instituição, ela
imaginou que chegara a sua vez.
"Meu sorriso ia até as orelhas.
Estava feliz", conta Aparecida,
que fez laqueadura após o nascimento do terceiro filho, há 18
anos. Hoje, em um segundo casamento, quer ser mãe novamente.
A felicidade de Aparecida durou
pouco. "Eles me tiraram da fila de
espera sem dó ou piedade. Disseram que a regra tinha mudado e
que as FIVs seriam realizadas em
mulheres com até 41 anos. Saí de
lá desnorteada, me sentindo enganada esses anos todos."
Aparecida freqüenta a clínica ginecológica do HC desde 1999. Em
2001, submeteu-se a uma cirurgia
para reverter a laqueadura, mas
não teve sucesso. As trompas continuaram obstruídas, impedindo
a gravidez.
Desde então, ela entrou em uma
fila de espera por uma fertilização
in vitro. Ocupava o número 55F.
Em 14 de dezembro de 2004, ela
foi encaminhada ao Centro de Reprodução Humana Mário Covas,
onde iniciaria, em fevereiro último, o processo de FIV.
"Chegou fevereiro e nada de me
chamarem. Os meses foram passando e, em 5 de setembro, fui ao
HC saber o que estava acontecendo. Foi quando marcaram o retorno para outubro e pediram para que eu levasse todos os exames
ginecológicos. Deu no que deu."
Segundo Aparecida, o médico
que a atendeu disse que o hospital
tinha que acabar com as filas de
espera e estava dispensando as
mulheres mais velhas e aquelas
que já tinham filhos. "É uma
imensa injustiça. Quando me inscrevi, tinha 38 anos e não havia limite de idade ou restrição por eu
já ter filhos." Ela fez uma reclamação na Ouvidoria do HC.
(CC)
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