São Paulo, sábado, 05 de novembro de 2011 |
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Alunos rejeitam proposta e tensão aumenta na USP Polícia está autorizada a retirar invasores de reitoria a partir das 17h de hoje Estudantes exigem saída de PM do campus e fim de processos administrativos de protestos anteriores
DE SÃO PAULO Três horas de reunião ontem não foram suficientes para que estudantes e direção chegassem a um acordo para a desocupação da reitoria da USP, invadida na quarta por alunos que pedem a saída da PM da Cidade Universitária, na zona oeste de São Paulo. O impasse aumenta os temores de um confronto. Ontem, um oficial de Justiça foi até o prédio e notificou os manifestantes às 17 horas. A partir dali, a desocupação tem de ser feita em 24 horas. Se os estudantes não deixarem o local até a tarde de hoje, a polícia está autorizada pela Justiça a usar a força, se preciso. Os invasores, porém, dizem que vão ficar pelo menos até quarta, para quando marcaram uma nova assembleia. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o comandante da PM, Álvaro Camilo, discutiram ontem à tarde estratégias para a desocupação. Uma última tentativa de acordo será tentada hoje de manhã entre reitoria e manifestantes, a pedido da Justiça. Os estudantes, no entanto, não haviam definido até a conclusão desta edição se estariam ou não presentes. Além da saída da PM, os invasores querem o fim de processos administrativos contra 20 alunos que participaram de atos em anos anteriores. Em troca da desocupação, a reitoria oferece a criação de grupos para discutir o convênio firmado com a PM. Também se dispõe a discutir os processos disciplinares contra os alunos. Ontem, integrantes da direção disseram que essa é a proposta final. A PM passou a atuar oficialmente no campus em setembro, numa reação ao assassinato de um estudante no início do ano. A decisão dividiu estudantes e professores. Na quinta da semana passada, três alunos foram detidos por posse de maconha. Houve reação de colegas, que investiram contra a PM. Policiais usaram bombas de efeito moral e cassetetes para levar os rapazes à delegacia -depois eles foram liberados. Na mesma noite, um grupo de cem estudantes invadiu um prédio administrativo da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Na terça passada, mais de mil alunos realizaram uma assembleia que decidiu, por 559 votos a 458, pela desocupação do edifício. A minoria derrotada, porém, decidiu invadir a reitoria, onde hoje há cerca de 50 manifestantes. Anteontem, uma assembleia que reuniu 300 estudantes decidiu pela manutenção da ocupação. A Cidade Universitária tem 50 mil alunos. (RAPHAEL SASSAKI, RAFAEL SAMPAIO, CRISTINA MORENO DE CASTRO E ANDRÉ CARAMANTE) Próximo Texto: 'Negociação é uma farsa', diz manifestante Índice | Comunicar Erros |
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