São Paulo, sexta-feira, 01 de dezembro de 2006

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D'Urso é reeleito para a presidência da OAB-SP

Com 50% dos votos até 23h, criminalista continua na entidade por mais 3 anos

Segundo colocado foi Rui Fragoso, com 36%; com 580 das 628 urnas apuradas, 57% dos 199.036 filiados à ordem no Estado votaram

ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O criminalista Luiz Flávio Borges D'Urso, 46, foi reeleito ontem presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, a maior seccional do país com 199 mil advogados, 3.000 funcionários e Orçamento de R$ 160 milhões. Às 23h de ontem, ele obtinha 57.717 votos, com 92% das urnas apuradas, num total de 114.904 votos.
Nas eleições de 2003, quando concorreram oito pessoas, o criminalista foi eleito pela primeira vez com 28.263 votos, 24,87% dos 113.620 votantes -agora, obteve 50% dos votos. O novo mandato, de três anos, começa em 1� de janeiro.
Apesar de não haver limite para reeleições, não é comum na história recente da OAB-SP uma recondução. Desde 1977, apenas um advogado, Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, foi reeleito (1989 e 1991).
D'Urso se tornou, assim, o sexto presidente a conseguir o feito nos 74 anos da instituição. O recordista é Noé Azevedo, com 26 anos ininterruptos -de 1939 a 1965, com uma eleição e 12 reeleições. A lista tem ainda José Manoel de Azevedo Marques e Cid Vieira de Souza, reconduzidos duas vezes cada um, e João Baptista Prado Rossi, mantido uma vez.
O advogado Rui Celso Reali Fragoso, com 41.907 votos até as 23h (36,4% do total), ficou em segundo lugar, seguido por Leandro Donizete Pinto, com 3.762 votos (3,3%)e Clodoaldo Pacce Filho, com 1.246 votos (1,1%). Não houve surpresa.
Os votos nulos foram 6.246 (5,44%) e os brancos, 4.026 (3,5%). A OAB paulista tem 199.036 profissionais na ativa. Como o voto é obrigatório, o advogado que não votou tem 30 dias para justificar ou será multado em R$ 126, 20% da anuidade (R$ 630).
A principal promessa de D'urso nesta campanha foi "fortalecer ainda mais a defesa das prerrogativas profissionais". A frase foi traduzida pela classe como a manutenção da política que levou à divulgação da lista de "inimigos da advocacia". Uma relação de juízes, promotores, delegados e jornalista que teriam dificultado o advogado da OAB-SP a exercer plenamente o seu trabalho.
Os adversários de D'Urso o acusaram de promover uma jogada política, já que a lista foi criada em 2004, mas só ganhou publicidade às vésperas da eleição. Ele disse não saber se foi beneficiado com isso.
"Eu não eu tenho uma avaliação se a divulgação da lista favoreceu ou não na minha eleição. Mas é uma posição determinada no sentido de defender os interesses da advocacia. A lista não é de inimigos, não é uma lista negra. É uma lista formada por aqueles, que depois de um processo com base legal, com ampla defesa, tiveram a decisão de um desagravo contra si. E só isso e vai continuar."


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