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73% das vagas cortadas pelo MEC s�o ociosas

Medida atingiu cursos do ensino superior mal avaliados pelo governo

Para especialistas, redu��o de postos n�o preenchidos impacta pouco na melhora da qualidade dos cursos

RENATO MACHADO
DE BRAS�LIA

O corte de vagas anunciado pelo Minist�rio da Educa��o em cursos superiores v�o atingir principalmente postos ociosos, que n�o eram preenchidos pelas institui��es. As redu��es foram determinadas em cursos com desempenho insatisfat�rio na �ltima avalia��o nacional.

No m�s passado, o MEC divulgou o fechamento de 50 mil vagas para ingresso de estudantes em todo o pa�s. S�o postos em cursos que tiveram �ndice 1 ou 2 no Conceito Preliminar de Curso (CPC) -modelo de avalia��o peri�dica que tem escala de 1 a 5 e leva em conta a nota dos alunos no Enade (exame nacional para alunos de gradua��o), a infraestrutura da escola e a titula��o dos professores.

A Secretaria de Regula��o e Supervis�o da Educa��o Superior do MEC concluiu na sexta-feira a publica��o de todos os cortes que ser�o feitos nos cursos da �rea de sa�de. Ser�o fechadas todas as vagas ociosas das institui��es mal avaliadas e uma parte (de 20% a 65%) das efetivas, de acordo com o CPC obtido.

Os cortes na sa�de atingem 31.543 vagas e dez cursos de gradua��o em todo o pa�s. Do total de postos, 72,8% n�o estavam sendo usados pelas universidades, centros universit�rios ou faculdades.

Trata-se de vagas que n�o foram preenchidas nos processos seletivos ou que as institui��es optaram por n�o oferecer, apesar de terem a autoriza��o do MEC.

Fisioterapia, por exemplo, foi o curso com mais vagas ociosas cortadas -5.590, o que corresponde a 82,2% do total encerrado.

A �nica exce��o foi medicina, em que o corte de 514 vagas foi s� de efetivas. O curso � um dos mais procurados e, por isso, praticamente n�o h� ociosidade.

DEBATE

Para especialistas, os cortes n�o deveriam se concentrar nas vagas n�o preenchidas. "Torna a iniciativa, que � correta, um pouco in�cua", diz Erasto Fortes Mendon�a, da Universidade de Bras�lia.

Mas ele pondera e afirma que a redu��o de ociosas pode ter impacto positivo. "Muitas faculdades fazem ofertas de todos os tipos para atrair alunos e preencher essas vagas. � bom mexer nelas."

O membro do Conselho Nacional de Educa��o Milton Linhares discorda. "Se a medida de cortar vagas implica sonhar com a possibilidade de que o curso vai melhorar com menos alunos em sala de aula e em laborat�rios, que ser� poss�vel dar mais aten��o, cortar vaga ociosa n�o vai alcan�ar esse tipo de efeito."

O MEC considera que houve avan�o no processo, pois foi a primeira vez que o governo conseguiu discriminar vagas efetivas e ociosas. A lista dos cortes nos cursos de administra��o e ci�ncias cont�beis deve ser anunciada nesta semana.

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