São Paulo, domingo, 19 de março de 2000


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Excesso vira entulho em casa

free-lance para a Folha

Construir duas casas ao mesmo tempo. Foi essa a impressão que a advogada Marisa Nogueira, 56, teve ao levantar seu imóvel.
"Meu pai e eu imaginamos uma certa quantidade de material, mas o pessoal da obra pedia sempre mais", conta a advogada.
Depois do alerta dos amigos, Marisa percebeu que havia comprado material suficiente para construir outra casa, além da sua.
"Eu não sei o que eles faziam com tanto material. Acho que eu comprava de dia, e eles vendiam durante a noite."
Mesmo com a reforma já pronta, os sinais do exagero e do desperdício permanecem no quintal de sua casa até hoje.
"Eu fiquei com sacos de cimento, areia, telhas, tinta, base para pintura. Tudo entulhado."
A psicóloga Rosina Bruno, 43, sofreu com o problema inverso. Para ela, faltou material.
"O pedreiro disse que precisaria de 56 m2 de azulejo e, por precaução, eu resolvi comprar 60 m2. Só que faltou azulejo. Ele calculou 2,5 m2 a menos do que precisava."
Rosina procurou no mercado, mas o modelo da cerâmica já tinha saído de linha. Nos cemitérios, o preço das peças era muito alto. Conclusão: a parede da casa ficou dez anos revestida só até a metade.
Para evitar problemas do gênero, Rosina está fazendo um curso de pintura decorativa e pretende revestir a lavanderia, aplicando uma mistura de cimento, cola e pigmento.


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