Bolsas no exterior confundem cientistas

Os crit�rios de sele��o, a divulga��o dos resultados e a origem dos recursos do Ci�ncia sem Fronteiras, projeto do governo federal que pretende dar 100 mil bolsas no exterior at� 2014, t�m causado d�vidas nos cientistas.

O programa prev� que 75 mil bolsas, ao custo de R$ 3,5 bilh�es, venham da Capes e do CNPq, principais ag�ncias de fomento do pa�s. Mas os �rg�os n�o receberam dinheiro extra para essas bolsas.

Com isso, os cientistas temem que programas j� em andamento sejam cortados.

Entre os afetados estariam as bolsas de capacita��o institucional do CNPq, as PCI.

Em maio, houve rumores sobre o fim das PCI, o que resultou em uma peti��o on-line feita por cientistas. "Disseram que as bolsas n�o v�o acabar agora. Mas ainda n�o temos informa��es se conseguiremos renov�-las em agosto", diz Mylena Nascimento, pesquisadora do CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas F�sicas) e bolsista PCI.

A Folha procurou o CNPq por mais de duas semanas para que o �rg�o falasse sobre o tema, mas n�o obteve resposta. J� o MCTI (Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia e Inova��o) informou que as PCI continuam, sem dar detalhes.

Os minist�rios que repassam dinheiro � Capes e ao CNPq, Educa��o e Ci�ncia, tiveram um corte no or�amento no in�cio do ano e n�o t�m de onde tirar mais recursos.

"Pedirei recursos extraor�ament�rios para a presidente Dilma e estou convencido de que vou conseguir", disse o ministro Marco Antonio Raupp (MCTI) � Folha.

Outra reclama��o � a forma como o resultado do Ci�ncia sem Fronteiras � divulgado. Os crit�rios variam em cada universidade e n�o s�o explicitados na escolha.

"Soube da resposta [negativa] pelo site do programa, mas at� agora n�o sei quais foram os crit�rios", diz a estudante de arquitetura Laura Martins, 21. Ela concorreu a uma bolsa para concluir a gradua��o em Coimbra.

"Fiz uma inscri��o no site do Ci�ncia Sem Fronteiras, depois na minha universidade [PUC-MG] e depois no site do programa de novo. Foi muito confuso", conta.

O engenheiro agr�nomo Brunno Cerozi, 25, que ganhou uma bolsa para fazer doutorado na Universidade do Arizona, seguiu outro caminho: falou com a institui��o americana e depois pediu a bolsa no Brasil. Nesse caso, a resposta veio do Arizona em abril. Mas, segundo a Capes, cabe a ela e ao CNPq informar o resultado.