DA REUTERS

O Parlamento da Finlândia aprovou na sexta-feira, por maioria de votos, um projeto controverso de construção de um depósito a 500 metros de profundidade para abrigar em definitivo o lixo radioativo das quatro usinas nucleares do país. De acordo com a organização não-governamental (ONG) Greenpeace, a decisão fez da Finlândia o primeiro país a aprovar um plano para enterrar o lixo nuclear em sítios subterrâneos permanentes.
A proposta passou pelo Parlamento após anos de debate sobre os riscos do lixo nuclear. Foram 159 votos a favor, 3 contra e 37 abstenções. "A unanimidade é importante, porque se trata de uma decisão de longo alcance", disse Leena Luhtanen, deputada do Partido Social-Democrata, do premiê Paavo Lipponen.
O Greenpeace, que tinha pedido o armazenamento temporário do lixo até uma solução aceitável ser encontrada, considerou a decisão perigosa. "Essa decisão passa a mensagem de que esse método de armazenamento é aceitável", disse Harri Lammi, ativista antinuclear do Greenpeace.
A companhia de recolhimento de lixo Posiva deve pesquisar sítios possíveis no oeste da Finlândia e planeja começar a construção da lixeira em 2010. Mas a construção requer uma permissão posterior do governo, e o lixo radioativo não será enterrado antes de 2020.
Uma lei de 1995 proíbe a exportação de lixo nuclear, que até então era levado de barco à Rússia para reprocessamento e armazenamento.
O provável sítio de construção fica em Olkiluoto, na cidade de Eurajoki, na costa oeste da Finlândia, perto da usina nuclear ali existente. As autoridades de Eurajoki já aceitaram a unidade de lixo radioativo, que atrairá para a cidade pelo menos 10 milhões de marcos finlandeses (US$ 1,48 milhão) por ano em impostos.
A opinião pública européia tem se colocado contra a energia nuclear, mas o governo finlandês está considerando construir um quinto reator nuclear, para enfrentar a crescente demanda energética.


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