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FOVEST 2000
Orientadores profissionais dizem que status e dinheiro são priorizados por vestibulandos
Salário pesa na escolha da carreira
CAROL MONTONE
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
O salário pesa mais do que a vocação na hora de escolher a carreira para a maioria dos candidatos a
uma vaga no ensino superior.
Segundo orientadores profissionais dos cursinhos da região de
Campinas, muitos estudantes negam suas habilidades pela esperança de ganhar dinheiro.
"Tem aluno que não pode ver
sangue, mas quer ser médico só
porque acha que vai ganhar muito bem e ter status" , disse o professor de física do Objetivo Roberto Tornai, 47.
O professor disse já ter presenciado histórias curiosas de alunos
que prestam vestibular para cursos com os quais não têm nenhuma afinidade.
Segundo Tornai, uma aluna que
tinha vontade de fazer o curso de
química cedeu às pressões da família e se esforçou dois anos para
entrar no curso de medicina na
Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas).
"Ela passou, cursou alguns meses, mas acabou desistindo", disse
o professor.
Para a psicóloga Cleide Maria
Rio, 58, a supervalorização do dinheiro na escolha profissional é
consequência da pressão familiar.
Isso acontece devido ao medo que
o aluno tem de não conseguir
manter ou conquistar um padrão
socioeconômico estável e também por causa da acomodação,
gerada pela imaturidade, segundo
a psicóloga.
"Muitas vezes o estudante sorteia uma profissão, porque fazer
uma escolha consciente dá muito
mais trabalho", diz.
O aluno do curso Universitário
Ednair Miguel Araújo, 19, disse
que ainda não escolheu a profissão que vai seguir, mas que o dinheiro será um fator que vai contar muito na decisão.
"Tenho que conciliar alguma
coisa de que goste com aquilo que
vai me dar um salário melhor" ,
disse o estudante.
O professor Roberto Tornai disse que uma das formas de evitar
escolhas erradas seria inserir no
currículo do ensino médio programas de orientação profissional.
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