Campinas, Sexta, 27 de agosto de 1999

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SEGURANÇA PÚBLICA
Deputado, secretário e empresário discutem sobre falta de ação e "paternidade" da guarda
Reunião antiviolência vira 'bate-boca'

da Folha Campinas

Uma reunião para discutir o aumento da violência em Campinas terminou em discussão entre o deputado estadual Carlos Sampaio (PSDB), o secretário da Segurança Pública de Campinas, Ruyrillo Pedro de Magalhães, e o presidente da Acic (Associação Comercial e Industrial de Campinas), Guilherme Campos Júnior.
A reunião, da qual participaram pelo menos 15 entidades civis de Campinas, foi realizada na sede do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e seguia normalmente até que Sampaio afirmou que as críticas feitas à falta de ação do governo do Estado eram injustas.
Quando teve a palavra, Magalhães criticou a estrutura da Polícia Civil. Ex-delegado, e secretário municipal da Segurança Pública, ele disse que a estrutura policial não mudou nos últimos dez anos.
A primeira intervenção ocorreu por parte do presidente da Acic (Associação Comercial e Industrial de Campinas), Guilherme de Campos Júnior, que defendeu a atuação do deputado, mas criticou o fato de o governo querer cobrar investimentos da iniciativa privada na segurança.
Magalhães interrompeu e afirmou que as ações são da sociedade e não só de uma pessoa. Em seguida, pediu desculpas a Campos, que as aceitou.
Sampaio afirmou que o projeto de lei que criou a Guarda Municipal de Campinas foi de sua autoria.
Magalhães rebateu e disse que a implantação da Guarda Municipal foi de sua autoria e que "escrever, qualquer um escreve."
Sampaio chegou a se levantar e ameaçou ir embora do auditório durante as críticas de Magalhães, mas foi impedido pelo presidente da Acic, que o convenceu a ficar no local.
"Eu só achei que estava incomodando. Eu não discuti com ninguém. Ele (Magalhães) se exaltou", afirmou o deputado estadual.
"Eu só falei que as ações são de todos e não de uma ou outra pessoa. Em relação à paternidade da Guarda Municipal, não há o que discutir, pois foi neste mandato que ela foi implantada", disse Magalhães.
"Eu não vou comentar a discussão", afirmou o presidente da Acic.
Após a reunião, as entidades decidiram iniciar uma campanha de assinaturas pedindo providências ao governo do Estado para equipar as polícias em Campinas.
O documento será enviado no início de outubro ao governador Mário Covas (PSDB).
Segundo cálculos das entidades, são necessários pelo menos R$ 2 milhões em investimentos estaduais para que as polícias sejam equipadas corretamente em Campinas.



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