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CPI DO NARCOTRÁFICO 3
Pelo menos seis casos são suspeitos
CPI vai investigar região de Ribeirão
LUCIANA CAVALINI
ALESSANDRO BRAGHETO
VÂNIA CARVALHO
da Folha Ribeirão
Pelo menos seis
casos investigados
pela polícia relacionam a região de Ribeirão Preto com o
crime organizado,
incluindo roubo de cargas, tráfico
de drogas, estelionato e lavagem
de dinheiro.
Os casos também serão apurados pela CPI do Narcotráfico, que
nesta semana deve iniciar investigações em Ribeirão.
Os deputados vão investigar
uma possível conexão entre o esquema de Campinas e empresários de Ribeirão, além de apurar a
participação de policiais.
Paralelamente à CPI, no entanto, a polícia já investiga casos que
comprovem a existência do crime
organizado na região de Ribeirão
Preto.
A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Ribeirão já confirmou a relação entre o crime organizado de Campinas e o roubo de
cargas na região.
As contas de um celular, aprendido em setembro de 98 com uma
quadrilha que havia roubado
uma carga de cigarros na rodovia
Anhanguera, eram enviadas para
uma boate que a CPI concluiu ser
de Sozza.
Anteontem, o investigador de
polícia José Francisco Chevel Labaki foi preso no Fórum de Campinas, onde a comissão ouvia depoimentos, acusado participar da
quadrilha.
Entre os veículos que seriam
usados para transportar a carga
roubada, estava um caminhão de
propriedade de Labaki, que deve
ser ouvido pela CPI.
Em outro caso, o motorista de
caminhão Gilmar Leite Siqueira,
de Campinas, foi preso em Araraquara por roubo de cargas há três
anos e acabou sendo uma das primeiras pessoas a denunciar o esquema de Sozza.
Siqueira, logo após ser preso,
prestou depoimento à polícia denunciando a participação de policiais no esquema de roubo de cargas.
Após o primeiro depoimento,
sua mulher e sua filha foram assassinadas.
Há cerca de 20 dias, Siqueira foi
transferido de Araraquara para
uma prisão de São Paulo. No dia
8, ele prestou depoimento à PF e
afirmou que o empresário Sozza
faria parte do crime organizado.
Golpe
Outro exemplo é a quadrilha comandada pelo ex-policial Nélson
Luís da Costa, acusado de roubo
de carga, estelionato e tráfico de
drogas.
Ele comandou o grupo de traficantes que, em junho passado,
enganou policiais do Denarc (Departamento Estadual de Narcóticos) e roubou US$ 145 mil em notas falsas.
O dinheiro seria usado para armar um flagrante contra os traficantes. Os policiais se fizeram
passar por compradores de droga
e, no ato da negociação, prenderiam os acusados. Só que os
membros da quadrilha se apresentaram como investigadores e
roubaram os dólares.
Os outros casos são os de um a
empresário e de uma advogada de
Araraquara e o de um motorista
de Aramina.
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