Campinas, Segunda-feira, 20 de Dezembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SOB SUSPEITA
Alzira Luciano e o marido são acusados de fraudar o instituto de Campinas em R$ 1,453 milhão
Ex-gerente do INSS é solta após prisão

da Folha Campinas

A ex-gerente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em Campinas Alzira Lourenzi Luciano e seu marido Maurício Ferreira Luciano foram libertados ontem, com autorização da Justiça, após serem presos anteontem. Eles são acusados de fraudar o instituto em até R$ 1,453 milhão.
O casal havia sido preso na manhã de anteontem pela Polícia Federal a pedido da 1� Vara Criminal da Justiça Federal de Campinas.
Alzira e seu marido foram presos no apartamento onde moram, no centro de Campinas.
A ex-gerente do INSS foi recolhida na Cadeia Feminina de Indaiatuba (27 km de Campinas) e Luciano, detido no 5� DP (Distrito Policial) de Campinas.
Segundo o advogado do casal, Nivaldo Dóro, a libertação dos dois foi conquistada por uma ""reconsideração da prisão feita pela Justiça a pedido da defesa".
""Nós pedimos para que a Justiça reconsiderasse a prisão, pois os dois têm residência fixa, não são perigosos, não se ausentaram nos depoimentos, além de comparecerem a todas as convocações da Justiça e estarem com os bens indisponíveis", disse o advogado.
No último dia 3 de dezembro, a Procuradoria da República em Campinas ofereceu denúncia criminal contra o casal por peculato e falsidade ideológica.
Alzira foi gerente regional do INSS de 92 a 98 e é acusada de ter fraudado pelo menos 84 aposentadorias.
A Justiça Federal recebeu a denúncia e iniciou os inquéritos. O processo é acompanhado pela Procuradoria.
Alzira teria falsificado requisições de pagamentos alternativos de benefícios em nome de segurados, que desconheciam o movimento.
A ex-gerente também teria falsificado a assinatura de segurados que autorizavam o marido de Alzira a sacar o dinheiro.
A Polícia Federal também investigou o casal e concluiu um inquérito que foi entregue à Procuradoria da República na última quarta-feira.
Durante as investigações da PF foram realizados exames grafotécnicos que comprovaram que as assinaturas existentes nas procurações eram realmente falsificadas pela ex-gerente.
O INSS também apura o envolvimento do casal por meio de uma sindicância interna.
Uma ação cível impetrada na Justiça pelo INSS também pede o ressarcimento do dinheiro.
O advogado do casal disse que diversos funcionários tinham senhas no INSS e poderiam ter utilizado o esquema. ""Uma sindicância no órgão apura as acusações. Eles podem ter sido "bode expiatórios", disse Dóro.
(MAURÍCIO SIMIONATO)

Texto Anterior: CPI pode pedir nova prisão de envolvidos
Próximo Texto: Comércio: Lojistas de Campinas comemoram melhorias
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.