Campinas, Domingo, 20 de Maio de 2001

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FUTEBOL
Etti Jundiaí e Ituano apostam em gestão empresarial para alcançar acesso
Times da região lideram A-2 com estrutura de A-1

DIOGO PINHEIRO
DA FOLHA CAMPINAS

Com uma estrutura de primeira divisão, Etti Jundiaí e Ituano, líderes da Série A-2 do Campeonato Paulista, apostam na gestão empresarial para alcançar o acesso à elite do Estado.
O Etti Jundiaí foi criado em 98 e pertence à multinacional de laticínios Parmalat. A empresa italiana investe cerca de R$ 5 milhões por ano no clube.
O time de Itu é gerido pelo Ituano Sociedade Civil de Futebol desde 99. A empresa investe cerca de R$ 2 milhões por ano.
Os valores aplicados nos clubes reforçam o desejo das equipes de retornarem à elite do futebol paulista. Esses investimentos chegam a ser maiores que os de alguns times da primeira divisão.
O Botafogo, finalista na Série A-1, possui uma folha de pagamento mensal de R$ 130 mil.
A Folha apurou que o Etti gasta mais que o dobro com o pagamento de jogadores e comissão técnica. A folha de pagamento do clube é de R$ 300 mil.
Enquanto o técnico Lori Sandri ganha cerca de R$ 15 mil no time de Ribeirão, Giba, treinador do Etti, tem um salário de R$ 50 mil, segundo a Folha apurou.
No Ituano, a folha de pagamento é de R$ 90 mil, segundo Oliveira Júnior, empresário que comanda o futebol do clube.
O Etti, antigo Paulista, disputa as divisões inferiores do Campeonato Paulista desde 86, quando foi rebaixado. O Ituano caiu para a Série A-2 em 99.
De acordo com Marcos Bagatella, representante da Parmalat no Brasil, a multinacional italiana não pretende cortar investimentos caso o time não consiga o acesso este ano.
"A meta da empresa é manter um time no Brasil para que novos jogadores sejam revelados. Apesar de a Parmalat ter mudado seu esquema de atuação publicitária no país, o investimento no Etti está garantido", disse Bagatella.
A empresa que gere o futebol do Ituano tem um contrato prorrogável, de dez anos, com o clube.
"Com o investimento, o Ituano passou a ter uma das melhores estruturas de futebol no Estado. O resultado é visível na campanha do time e o retorno é garantido", disse Oliveira Júnior.
Segundo ele, a empresa assumiu o clube com uma dívida de R$ 1 milhão, que foi sanada no ano passado.
"Hoje, a fonte de renda do Ituano é a negociação de jogadores revelados pelo clube", afirmou Oliveira Júnior.
No entanto os reflexos da boa campanha dos times na Série A-2 são diferentes nas cidades de Itu e Jundiaí.
"A cidade vive um clima de euforia com a campanha do Etti. A média de público nos jogos em Jundiaí é de 12 mil pagantes", afirmou Bagatella.
Já em Itu, a repercussão é diferente. "Formaram uma opinião equivocada sobre nós em Itu. Não temos nenhum apoio do poder público e também dos torcedores. A média de público nos jogos em Itu é de 1.200 pessoas. Parece que o pessoal gosta de amadorismo", disse Oliveira Júnior.
A Parmalat e o Ituano Sociedade Civil de Futebol incorporaram também o patrimônio dos clubes.
Em Jundiaí, a empresa é responsável pela manutenção do estádio Jaime Cintra e detém os passes de todos os jogadores revelados nas categorias do clube.
Em Itu, a sede social do Ituano, com alojamentos, é da empresa. Dos 33 jogadores do elenco profissional, pelo menos 28 têm o passe vinculado à empresa.
"Temos um jogador atuando no futebol polonês, o lateral-esquerdo Juliano, que deve ser negociado por US$ 1 milhão", afirmou Oliveira Júnior.
Independentemente da conquista do acesso, Etti e Ituano ainda não sabem se disputarão alguma competição no segundo semestre. Os dois times esperam a confirmação da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para a participação no Campeonato Brasileiro da Série C.
"Se a CBF confirmar a competição, vamos participar. Mas também existe a possibilidade de recebermos um convite para disputar a Série B", disse Bagatella.
O Ituano também pode participar da Série B do Brasileiro.


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