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FUTEBOL
Etti Jundiaí e Ituano apostam em gestão empresarial para alcançar acesso
Times da região lideram A-2 com estrutura de A-1
DIOGO PINHEIRO
DA FOLHA CAMPINAS
Com uma estrutura de primeira
divisão, Etti Jundiaí e Ituano, líderes da Série A-2 do Campeonato
Paulista, apostam na gestão empresarial para alcançar o acesso à
elite do Estado.
O Etti Jundiaí foi criado em 98 e
pertence à multinacional de laticínios Parmalat. A empresa italiana
investe cerca de R$ 5 milhões por
ano no clube.
O time de Itu é gerido pelo Ituano Sociedade Civil de Futebol
desde 99. A empresa investe cerca
de R$ 2 milhões por ano.
Os valores aplicados nos clubes
reforçam o desejo das equipes de
retornarem à elite do futebol paulista. Esses investimentos chegam
a ser maiores que os de alguns times da primeira divisão.
O Botafogo, finalista na Série A-1, possui uma folha de pagamento
mensal de R$ 130 mil.
A Folha apurou que o Etti gasta
mais que o dobro com o pagamento de jogadores e comissão
técnica. A folha de pagamento do
clube é de R$ 300 mil.
Enquanto o técnico Lori Sandri
ganha cerca de R$ 15 mil no time
de Ribeirão, Giba, treinador do
Etti, tem um salário de R$ 50 mil,
segundo a Folha apurou.
No Ituano, a folha de pagamento é de R$ 90 mil, segundo Oliveira Júnior, empresário que comanda o futebol do clube.
O Etti, antigo Paulista, disputa
as divisões inferiores do Campeonato Paulista desde 86, quando foi
rebaixado. O Ituano caiu para a
Série A-2 em 99.
De acordo com Marcos Bagatella, representante da Parmalat no
Brasil, a multinacional italiana
não pretende cortar investimentos caso o time não consiga o
acesso este ano.
"A meta da empresa é manter
um time no Brasil para que novos
jogadores sejam revelados. Apesar de a Parmalat ter mudado seu
esquema de atuação publicitária
no país, o investimento no Etti está garantido", disse Bagatella.
A empresa que gere o futebol do
Ituano tem um contrato prorrogável, de dez anos, com o clube.
"Com o investimento, o Ituano
passou a ter uma das melhores estruturas de futebol no Estado. O
resultado é visível na campanha
do time e o retorno é garantido",
disse Oliveira Júnior.
Segundo ele, a empresa assumiu
o clube com uma dívida de R$ 1
milhão, que foi sanada no ano
passado.
"Hoje, a fonte de renda do Ituano é a negociação de jogadores revelados pelo clube", afirmou Oliveira Júnior.
No entanto os reflexos da boa
campanha dos times na Série A-2
são diferentes nas cidades de Itu e
Jundiaí.
"A cidade vive um clima de euforia com a campanha do Etti. A
média de público nos jogos em
Jundiaí é de 12 mil pagantes", afirmou Bagatella.
Já em Itu, a repercussão é diferente. "Formaram uma opinião
equivocada sobre nós em Itu. Não
temos nenhum apoio do poder
público e também dos torcedores.
A média de público nos jogos em
Itu é de 1.200 pessoas. Parece que
o pessoal gosta de amadorismo",
disse Oliveira Júnior.
A Parmalat e o Ituano Sociedade Civil de Futebol incorporaram
também o patrimônio dos clubes.
Em Jundiaí, a empresa é responsável pela manutenção do estádio
Jaime Cintra e detém os passes de
todos os jogadores revelados nas
categorias do clube.
Em Itu, a sede social do Ituano,
com alojamentos, é da empresa.
Dos 33 jogadores do elenco profissional, pelo menos 28 têm o
passe vinculado à empresa.
"Temos um jogador atuando no
futebol polonês, o lateral-esquerdo Juliano, que deve ser negociado por US$ 1 milhão", afirmou
Oliveira Júnior.
Independentemente da conquista do acesso, Etti e Ituano ainda não sabem se disputarão alguma competição no segundo semestre. Os dois times esperam a
confirmação da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para a
participação no Campeonato
Brasileiro da Série C.
"Se a CBF confirmar a competição, vamos participar. Mas também existe a possibilidade de recebermos um convite para disputar a Série B", disse Bagatella.
O Ituano também pode participar da Série B do Brasileiro.
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